08 mar, 2022 - 08:40 • Olímpia Mairos
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A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e o Presépio na Cidade, do Patriarcado de Lisboa, promovem, no dia 11 de março, uma celebração pela paz na Ucrânia.
“Estamos convidados a formar um exército de paz, em que a nossa arma é o Terço”, afirma Sofia Guedes, uma das organizadoras da jornada de oração, explicando que vão “‘disparar’, salvo seja, ave-marias para tornar a paz possível respondendo também ao pedido de Nossa Senhora que, em Fátima, nos pediu para rezarmos pela conversão da Rússia”.
A oração do terço está marcada para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, inspira-se no movimento polaco “Terço nas Fronteiras” e conta com o apoio de D. Rui Valério, bispo das Forças Armadas.
O objetivo da iniciativa é rezar pela paz no mundo e agora, muito concretamente, na Ucrânia, seguindo as palavras de Nossa Senhora aos Pastorinhos na Cova da Iria em 1917.
De acordo com Sofia Guedes, responsável pelo Presépio na Cidade, que um grupo de leigos organiza em Lisboa desde o ano 2000, “esta é uma oportunidade para mostrarmos ao mundo a importância de lutarmos pela paz virando-nos para Deus”.
“Aquilo que vamos fazer é colocar a oração em primeiro plano, é mostrar ao mundo a nossa solidariedade para com o povo ucraniano que está a sofrer com esta guerra”, acrescenta a responsável.
Para a diretora da Fundação AIS esta jornada de oração é uma “oportunidade singular de solidariedade para com o povo ucraniano que está a viver, seguramente, uma das horas mais negras da sua história”.
“Convocar os cristãos para rezar pela paz é uma forma também de a Fundação AIS sublinhar a sua proximidade para com este país a que está ligada há mais de quatro décadas”, sublinha Catarina Martins de Bettencourt.
A responsável assinala que “rezar e ajudar são duas das premissas essenciais do trabalho e da missão da Fundação AIS e que agora, dada a situação trágica que se está a viver na Ucrânia, ganham um relevo particular”.
“O que ninguém queria que tivesse acontecido, acabou mesmo por acontecer. A Rússia declarou guerra à Ucrânia e, perante o horror do que tem vindo a suceder neste país, é necessário mostrarmos que estamos todos unidos na oração e na ajuda concreta”, acrescenta Catarina Bettencourt.
À semelhança da diretora da Fundação AIS, também a responsável pelo Presépio na Cidade fala no dramatismo das imagens e dos testemunhos que chegam todos os dias de uma Ucrânia em guerra.
“As imagens são dramáticas, mas esta situação, esta guerra e esta crise de refugiados está a mostrar-nos, também, uma onda enorme de fé e de solidariedade nesta Europa que se vinha afastando da sua identidade cristã”, diz Sofia Guedes.
“Esta é uma oportunidade para nos tornarmos melhores pessoas, mais conscientes, mais próximas e mais humanas. Está a emergir o que de melhor tem o ser humano: o cuidado pelo outro”, destaca Sofia Guedes.
O presidente executivo da fundação pontifícia aleg(...)
Também Catarina Martins de Bettencourt acredita que esta guerra no coração da Europa vai continuar a provocar uma mobilização notável da sociedade civil e isso é muito assinalável.
“A guerra está também a fazer despertar um sentimento de solidariedade que importa destacar. A Fundação AIS está totalmente mobilizada não só aqui em Portugal, mas em todos os seus secretariados em todo o mundo, na ajuda concreta à Igreja ucraniana que todos os dias nos tem vindo a revelar uma coragem e uma dedicação absolutamente notáveis”, conclui.
A organização do terço sem fronteiras pela paz na Ucrânia pede que todos os participantes que levem uma vela “para iluminar as trevas”.
A guerra na Ucrânia entrou no 13º dia de combates. A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,7 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, entre outros países.
O Presidente Vladimir Putin justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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