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Centenas de fiéis voltam a juntar-se na Procissão do Senhor dos Passos da Graça

13 mar, 2022 - 22:35 • Ana Catarina André

D. Joaquim Mendes, que presidiu à celebração, sublinhou que este momento de oração pela Ucrânia “nos leva a olhar com mais humanidade” e “menos indiferença” para a guerra

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Um casal de ucranianos, com um bebé, com pouco mais de três meses, espera a chegada da procissão do Senhor dos Passos da Graça, junto à Igreja de São Domingos, em Lisboa. Ao seu lado, está o português que os acolheu e lhes deu um abrigo seguro, longe dos bombardeamentos que assolam a Ucrânia. Saíram de casa, neste domingo à tarde, para se juntarem a este momento de oração.

Este ano, a mais antiga procissão da cidade de Lisboa, que voltou às ruas da baixa depois de um ano de interregno na sequência da pandemia, é dedicada à Ucrânia e à oração pela paz.

Em poucos segundos, centenas de fiéis, vindos da Igreja de São Roque, junto ao Bairro Alto, aglomeram-se naquele largo, junto ao Rossio. À espera para receber a imagem do Senhor dos Passos da Graça está a imagem de Nossa Senhora, que, depois de um momento de oração, acompanha o cortejo.

São muitos os que se juntam a esta procissão promovida pela Real Irmandade da Santa Cruz e Passos da Graça. No cortejo seguem o Presidente da República, o Presidente da Câmara de Lisboa e a Embaixadora da Ucrânia em Portugal.

A presidir à celebração, este ano, está D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa. “Fazei que a nossa cidade e o nosso mundo, em especial rezamos hoje pelos corações em guerra na Ucrânia e na Rússia, para que sejam lugar de paz, habitados pelo desejo da verdade, edificados pela justiça, pelo amor e pela fé”, disse, já no miradouro da Graça, invocando a bênção sobre Lisboa.

“Que saibamos ser bons cidadãos, cultivando os valores do evangelho, defendendo a harmonia dos lares, lutando contra a violência, e a insegurança, e defendendo os direitos humanos”, acrescentou o bispo.

“A dedicação desta procissão à Ucrânia, mas também a outras partes do mundo, leva-nos a olhar com mais humanidade, com menos indiferença, com mais proximidade, para estas realidades do mundo, e a interceder por elas, fazendo a nossa parte”, disse D. Joaquim Mendes, à margem da celebração.

A Procissão do Senhor dos Passos da Graça, que recria a Via-Sacra, acontece habitualmente no segundo domingo da Quaresma.

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