21 mar, 2022 - 16:33 • Ecclesia
O Irmão Darlei Zanon, conselheiro geral dos Paulistas, acompanha a situação da congregação na Ucrânia e disse à Agência ECCLESIA que a comunidade abriu a igreja para acolher refugiados e é “ponto de referência para os jornalistas”.
“O padre Mário é jornalista também e ele tem sido muito a ponte com os jornalistas, sobretudo da Itália da Polónia, porque ele fala também italiano, então é interessante que a nossa comunidade está-se tornando um ponto de referência para jornalistas que estão trabalhar e transmitir para o mundo esses horrores”, explica o consagrado à Agência ECCLESIA.
Atualmente a viver em Roma, mas de passagem por Portugal, o religioso acompanha “com preocupação” a realidade do conflito na Ucrânia, onde “existe uma pequena comunidade de três membros” na zona de Lviv.
“Além do medo constante, porque toca a todo o momento a sirene na cidade de Lviv, ainda não tiveram nenhum bombardeamento, mas bem próximo”, conta.
O Irmão Darlei Zanon afirma estar em contacto com a comunidade de Lviv, onde o “trabalho basicamente é acolher e ajudar os refugiados” que ali passam com muitas necessidades.
“Ali passam milhares de pessoas todos os dias. O padre disse-me que tem muita necessidade de ajuda com medicamentos, com roupas, com comida, com abrigo. São as igrejas que estão a ser muito utilizadas para abrigo para esses refugiados que fogem em direção sobretudo a Polónia, que fica a cerca de 70 quilómetros”, indica.
O religioso aponta ainda que a comunidade tem “conseguido celebrar na igreja” e que os padres “conversam bastante com as famílias que ali passam, a fugir do terror”.
“Agora dar suporte a quem sofre é o principal. Eles dão apoio e conversam bastante com as pessoas e as igrejas estão a servir de abrigo, dormem ali muitas pessoas e precisam de muita atenção. A igreja é um espaço seguro”, afirma.
O entrevistado do programa ECCLESIA desta segunda-feira aponta que a “missão da Igreja é comunicar o evangelho, a mensagem de paz, esperança e amor” e nesta proximidade se faz prática.
“Não tocamos o coração dos políticos que são aqueles que têm o poder de decisão, mas estar ao lado dessas pessoas que sofrem é já um um grande serviço que a Igreja tem por missão”, afirma.