22 mar, 2022 - 11:32 • Olímpia Mairos , com agências
O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, disse esta terça-feira ter falado ao telefone com o Papa Francisco.
“Hoje falei com Sua Santidade o Papa Francisco e disse-me palavras muito importantes... compreendo que vocês queiram a paz... compreendo que a queiram defender, e os militares também... e os civis defendem a sua própria pátria”, escreveu no Twitter.
Acrescenta que, em resposta, disse a
Francisco que “o nosso povo tornou-se num exército e lembrei-lhe o quanto a
Ucrânia tem visto o mal que o inimigo traz, quanta devastação, quanto
derramamento de sangue”.
“Disse a Sua Santidade da difícil
situação humanitária e do bloqueio dos corredores de resgate pelas tropas
russas. O papel mediador da Santa Sé para o fim do sofrimento humano seria
apreciado”, escreveu Zelensky.
Já o embaixador ucraniano na Santa Sé, Andrii Yurash, refere-se no Twitter a uma conversa promissora.
“Novo gesto de apoio do Papa Francisco: Há poucos minutos o Papa ligou ao Presidente Zelensky. Ambos tiveram uma conversa promissora. O Papa disse que está a rezar e a fazer todo o possível para o fim da guerra e Zelensky reiterou que o Papa Francisco é o convidado mais esperado da Ucrânia”, escreveu o diplomata.
Zelensky fez um discurso, esta terça-feira, perante o parlamento italiano onde deixou um pedido extenso para que os italianos ajudem a parar a guerra “feita por uma só pessoa que todos sabem quem é”, e comparou as tropas russas aos nazistas.
Na sua intervenção afirmou que a Ucrânia está "no limite da sobrevivência", e que a Rússia vê o seu país como "a porta de entrada para a Europa".
O Presidente ucraniano revelou também ter conversado com o Papa Francisco e que veria com bons olhos o Sumo Pontífice assumir o papel de mediador do conflito com a Rússia.
Zelensky pediu a Roma que apoie a imposição de mais sanções contra a Rússia, revelando que “117 crianças foram mortas na guerra com a Rússia e que a cidade de Mariupol foi achatada pelo ataque russo”.
O chefe do Estado ucraniano deixou ainda um alerta para a segurança alimentar mundial. "Como é que podemos fazer a colheita nas nossas plantações debaixo de fogo russo?", perguntou. A Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de trigo e óleo de girassol, entre outros bens alimentares.