27 mar, 2022 - 12:08 • Redação
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O Papa reforçou a sua condenação da guerra na Ucrânia, falando no perigo de “autodestruição” da humanidade.
“Renovo o meu apelo: Basta! Parem! Calem as armas! Empenhem-se seriamente pela paz! Rezemos sem descanso à Rainha da Paz, a quem consagrámos a humanidade, de modo particular, a Rússia e a Ucrânia, com uma participação grande e intensa, pela qual agradeço a todos.”
Da janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, Francisco recordou aos peregrinos que “passou mais de um mês do início da invasão da Ucrânia, do início desta guerra cruel e sem sentido”.
“Como qualquer guerra, representa uma derrota para todos, para todos nós”, lamentou.
Defende ser preciso “repudiar a guerra, lugar de morte, onde pais e mães sepultam os filhos, onde homens matam os seus irmãos, sem os ter sequer visto, onde os poderosos decidem e os pobres morrem”.
“A guerra não devasta apenas o presente, mas também o futuro de uma sociedade”, insistiu.
Francisco lembrou que desde o início da agressão à Ucrânia, uma em cada duas crianças está deslocada, no país. “Isso significa destruir o futuro, provocar traumas dramáticas nos mais pequenos e indefesos”, alertou.
“Eis a bestialidade da guerra, ato bárbaro e sacrílego. A guerra não pode ser algo de inevitável, não devemos habituar-nos à guerra, temos de transformar a indignação de hoje no compromisso de amanhã.”
“Chegou o momento de abolir a guerra, de eliminá-la da história do homem, antes que seja esta a eliminar o homem da história”, alertou.
“Rezo para que todos os líderes políticos pensem sobre isso, se envolvam e entendam, olhando para uma Ucrânia martirizada, como cada dia de guerra piora as coisas para todos.”
Nas últimas semanas, o Papa - que conversou com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mas também com o patriarca ortodoxo de Moscou Kirill - multiplicou os pedidos de paz na Ucrânia, denunciando um “massacre” neste país onde “fluem rios de lágrimas e sangue”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos e 1.707 feridos, provocando a fuga de mais 10 milhões de pessoas, 3,7 milhões das quais para fora do país.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
"Estamos a atraiçoar os sonhos de paz dos povos e (...)