25 mar, 2022 - 10:07 • Isabel Pacheco
Martim Pereira, 12 anos, foi um dos alunos do Colégio Dom Diogo de Sousa, em Braga, que quebrou o mealheiro para enviar ajuda para a Ucrânia em tempo de guerra.
“Fui buscar 25 euros e os meus pais ajudaram com o resto. Foi por uma boa causa. Fico feliz por poder ajudar”, revela.
Uma causa a que se juntou Inês de 15 anos. “Decidi trazer dinheiro do meu mealheiro, porque não tenho mesada”, conta a estudante que garante que não foi a única. “As pessoas com quem falei, quase todos, decidiram ajudar sem o dinheiro dos pais.”
Ao todo foram angariados cerca de 20 mil euros, para além, de material médico e medicamentos. Tudo em “tempo recorde”, revela o diretor adjunto da instituição, o padre Cândido Sá.
“Foi angariada uma verba enorme em muito pouco tempo. Isto foi uma semana e pouco”, diz o responsável. “Lançamos o desafio aos alunos através dos diretores de turma e os alunos juntaram a verba e o material médico”.
Entre o material angariado há “medicamentos, compressas, pensos, ligaduras, soro, desinfetante”, descreve Cândido Sá, que revela que foi tudo responsabilidade dos mais novos. “Uns alunos tinham material em casa, outros tinham um tio com uma farmácia, outros juntaram dinheiro e compraram”, conta.
As 47 caixas de material hospitalar de campanha e a verba angariada terão como destino final a Ucrânia. Caberá ao Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses assegurar que o equipamento atravessa a fronteira ucraniana.
“Há um avião que irá vai levar as paletes de material através de Dublin para dentro da Ucrânia. Isso já está garantido através da embaixada da Ucrânia em Portugal”, adianta Francisco Corte Real, presidente do Instituto de Medicina Legal a quem os alunos entregaram bens.
Para o Arcebispo primaz de Braga, que presidiu à entrega dos donativos, a iniciativa solidária revela a capacidade dos mais novos em serem protagonistas de “uma nova Humanidade”.
“A onda de solidariedade faz nos acreditar que é possível uma nova Humanidade e é possível humanizar a Humanidade. Os jovens, para nós, estão a ser mestres dessa renovação”, defende D. José Cordeiro.