28 mar, 2022 - 17:38 • Ana Lisboa
Grupos armados na Nigéria estão a causar terror em localidades na região sudeste do país, nomeadamente da Arquidiocese de Onitsha, situada no estado de Anambra.
A denúncia foi feita pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), que revela que esta situação "levou a comunidade cristã local a viver a Quaresma de forma particularmente intensa, marcada pelo jejum e oração".
Em comunicado, a Fundação Pontifícia sublinha que face a esta onda de violência, a Igreja lançou um apelo "às pessoas e famílias, associações e paróquias, para que rezem o Rosário diariamente e fielmente neste período da Quaresma, para que esta nuvem de sangue que paira sobre a nossa região se desfaça como os muros de Jericó".
De acordo com informações recebidas pela por esta instituição, "homens armados atacaram um mosteiro beneditino no sul do país e raptaram quatro religiosas" que mais tarde foram libertadas.
Como este, diz a AIS, "são vários os relatos de ataques à comunidade cristã" na Nigéria.
A Diocese de Maidugur foi uma das mais atingidas pelos ataques, sobretudo do grupo jihadista Boko Haram. O Bispo D. Olivier Doeme salienta que "os piores ataques tiveram lugar em 2014".
D. Olivier denunciou à AIS que "o número de católicos deslocados é muito superior a 100 mil. Mais de 25 padres foram expulsos do seu local de missão. Mais de 40 religiosas foram forçadas a fugir. Do mesmo modo, mais de 200 catequistas tiveram de fugir dos seus locais de trabalho. Mais de mil católicos foram mortos por estes terroristas".
No entanto, apesar desta realidade, o Bispo de Maiduguri diz que há boas notícias. Uma delas é que "a Igreja continua a crescer". E acrescenta "os tiros e as bombas não impedem o nosso povo de ir à Missa com o mesmo fervor. Os terroristas podem destruir tudo no nosso país, mas não podem destruir uma coisa: a nossa fé".