07 abr, 2022 - 13:05 • Ecclesia
O Conselho das Igrejas e Organizações Religiosas da Ucrânia denunciou, em comunicado conjunto, a morte de “centenas e possivelmente milhares” de civis, falando num “genocídio do povo ucraniano”, por causa da invasão russa do território.
“O mundo inteiro deve perceber que esta não é uma ‘crise ucraniana’, nem mesmo uma “guerra da Rússia contra a Ucrânia” – é uma guerra de humanidade, valores morais, virtude contra o mal concentrado que tem uma natureza satânica fascista”, refere o comunicado divulgado, online, pelo serviço de informação religiosa da Ucrânia.
O texto fala em “ucranianos inocentes torturados e mortos em poucas semanas de ocupação russa”, antes de condenar uma “guerra de humanidade”.
“Todos os Estados do mundo devem reconhecer o genocídio do povo ucraniano durante a invasão russa, em 2022, e condenar a ideologia do ‘mundo russo’ (Russkiy Mir) como justificação do genocídio de povos e destruição de nações inteiras”, refere a nota.
O conselho inter-religioso assume o seu apoio à liderança de Kiev e pede que a União Europeia e a NATO ajudem a Ucrânia com armamento, para enfrentar a Rússia.
Os responsáveis das várias comunidades religiosas apontam a “um rastro terrível e sangrento dos ocupantes russos nas terras ucranianas” e de “ações de ódio à humanidade”, condenando a “completa distorção da visão de mundo e moral e degradação da sociedade russa”.
O comunicado diz haver provas de violações coletivas de mulheres e crianças ou de pessoas “abandonados em valas comuns ou mesmo nas ruas”, evocando as imagens que chegam de Bucha, nos arredores de Kiev.
“Oferecemos orações pela paz eterna de todos os moradores inocentes na Ucrânia que foram mortos nas regiões de Kiev, Chernihiv e Sumy, em Kharkiv, Mariupol, Kherson, Melitopol, Berdyansk e outras cidades que os invasores russos tomaram”, pode ler-se.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1563 civis, incluindo 130 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, os quais apontam para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser maior; as baixas militares estão por determinar.
A guerra levou à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, entre elas 4,2 milhões de refugiados.