08 abr, 2022 - 09:03 • Inês Braga Sampaio
D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa, subiu ao navio-escola Sagres para participar no programa As Três da Manhã, no âmbito da emissão especial dos 85 anos da Rádio Renascença.
O presidente do Conselho de Administração da Renascença falou sobre a Jornada Mundial da Juventude 2023, que se realizará em Lisboa. "A jornada tem dois pulmões. Um pulmão tem a ver com acolher os jovens, transporta-los, assegurar alimentação, tudo isso é responsabilidade da organização. O Estado português reconheceu que a Jornada é uma marca importante para o país. Por isso, macroestruturas de acolhimento, segurança e saúde, que nós não poderíamos suportar, será o Estado, Governo, autarquias e outras instituições, que serão nossas parceiras, para providenciar", explicou.
Revelou o desejo do Papa Francisco, que poderá chegar a Portugal no dia 3 de agosto, de se deslocar a Fátima.
"Não há ainda programa fechado do dia da chegada do Papa ou do dia do regresso a Roma. O que existe é uma estrutura comum de todas as Jornadas Mundiais da Juventude. O Papa já manifestou o desejo de ir a Fátima, mas também ainda não está fechado se vai no início, durante ou no fim", esclareceu.
O esquema comum das JMJ "não permite que o Papa se desloque para distâncias que não sejam diretamente à volta do acontecimento".
"Mas a visita do Papa a um santuário de particular importância já é uma tradição, além da paixão pessoal do Papa por Fátima", assinalou.
O bispo auxiliar de Lisboa que se reuniu, na quinta-feira, com os presidentes da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e de Loures, Ricardo Leão, reconhece que "as coisas estão a evoluir":
"Dentro de dias a SRU vai adjudicar um concurso muito importante que tem a ver com a terraplanagem e todos aqueles terrenos. Já está em construção uma ponte pedonal sobre o Rio Trancão."
Haverá uma espécie de feira vocacional, para que jovens de institutos e movimentos "possam mostrar a sua ambição, objetivos e sonhos", e palcos espalhados pela cidade, "para que jovens de outros países e de Portugal possam mostrar a sua arte".
"Estamos a falar de uma semana em que poderemos ter em Lisboa centenas de milhares ou muito mais jovens na cidade. Isso obriga a uma organização e a uma logística muito criativas", sustentou.
D. Américo Aguiar expressou o desejo de que o navio-escola Sagres, "um símbolo de Portugal no mundo inteiro" e com que a Renascença "partilha ondas", seja embaixador da Jornada Mundial da Juventude.
O bispo auxiliar de Lisboa abordou, ainda, o contexto internacional, nomeadamente a guerra na Ucrânia, num olhar para o futuro da rádio e do mundo. D. Américo Aguiar salientou que "a incerteza é uma permanente".
"Alguém imaginou estarmos a viver um cenário de guerra na Europa? Alguém imaginava que ai acontecer o que aconteceu nestes dois anos [pandemia]? Há uma coisa que o Papa nos ensina e que vamos aprendendo: as crises são para vencermos juntos. No fim, podemos sair melhor ou pior. Se vivermos a crise juntos, sairemos melhor. Espero que possamos olhar para o futuro com mais fé. Se não houver sonho não há futuro, mas temos de criar condições para a concretização de sonhos", destacou.
A Jornada Mundial da Juventude de Lisboa está marcada para agosto de 2023. Inicialmente, ia realizar-se em 2022, no entanto, a pandemia da Covid-19 obrigou ao adiamento por um ano.
Veja as imagens da emissão de aniversário a bordo (...)