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Entrevista

Manuel Lemos. “Está na altura de o Estado devolver competências à sociedade civil”

10 abr, 2022 - 08:03 • Henrique Cunha

Eleito recentemente para um mandato de quatro anos como presidente da Confederação Portuguesa da Economia Social, Manuel Lemos lembra que, “apesar de Portugal ter uma tradição penta-secular da economia social, como é o caso das misericórdias, é ainda um país em que a importância da economia social é das mais baixas da Europa”.

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A contribuição da economia social para o PIB (produto Interno Bruto) “anda na ordem dos 3,5%, ao passo que na Suécia gira à volta dos 15%”, afirma o presidente da Confederação Portuguesa da Economia Social.

“Como se diz em linguagem futebolística, temos uma enorme margem de progressão. E é isso que nós entendemos que deve ser feito rapidamente, e é o que vamos tentar fazer em todas áreas e com todas as famílias da economia social que não são só as da assistência e da proteção social, mas envolvem também as áreas económicas como por exemplo as cooperativas”, acrescenta Manuel Lemos, em entrevista à Renascença.

“Estamos a falar num conjunto de outras famílias do setor que são convenientes para o país, sobretudo num país em crise e pobre como o nosso, e em que é preciso amentar a participação da economia social, mas aumentá-la mesmo”, reforça.


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Na área da proteção social, sabemos fazer, fazemos bem e fazemos barato.


Neste contexto, o presidente da Confederação Portuguesa da Economia Social defende a necessidade de o “Estado reduzir claramente a sua participação, porque tivemos aqui muitos anos de grande incidência do Estado, com o Estado a assumir muitas competências que são da sociedade civil”. Para Manuel Lemos, “o mundo está a mudar e está na altura de mudarmos e de devolver essas competências à sociedade civil”.

“E nós temos demonstrado, na área da proteção social, que sabemos fazer, fazemos bem e fazemos barato”, sublinha.

Manuel Lemos, que foi recebido na semana passada pelo Presidente da República, declara muita confiança no primeiro-ministro e na ministra da Solidariedade, mas insiste na necessidade de uma maior articulação entre os ministérios da saúde, da educação e da solidariedade social.

O responsável lembra que o PRR (Programa de Recuperação e Resiliência) prevê a construção de 5.500 camas de cuidados continuados e que é necessário articular essa iniciativa com o setor social.

“No PRR estão previstas a construção de 5.500 camas de cuidados continuados. Vamos ver como é que nos articularmos antes. Se for para nos articularmos depois, eu acho que não vai dar bom resultado”, remata.

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