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Patriarca Bartolomeu. “É inconcebível ficarmos calados diante da degradação da dignidade humana”

22 abr, 2022 - 10:16 • Olímpia Mairos

Na mensagem de Páscoa, o Patriarca Bartolomeu alerta que "a guerra não apenas não resolve problemas, mas cria outros novos e mais complexos”, esclarecendo que “semeia divisão e ódio, aumenta o fosso entre os povos”.

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Na mensagem pascal que dirige aos cristãos ortodoxos, o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla afirma partilhar “a dor com o fiel e valente povo ucraniano, que carrega uma pesada cruz”.

“Rezamos e lutamos pela paz e pela justiça e por aqueles que não a têm. É inconcebível para nós cristãos ficarmos calados diante da degradação da dignidade humana. Junto com as vítimas dos confrontos armados, a 'grande derrota' das guerras é a humanidade, que em sua longa história não conseguiu abolir a guerra”, escreve o principal bispo da Igreja Ortodoxa na mensagem citada pela agência SIR.

“Estamos entristecidos pela violência multifacetada, injustiça social e violação dos direitos humanos”, prossegue o Patriarca, observando que o anúncio radiante da ressurreição ecoa “hoje com o estrondo das armas, com o grito de angústia das vítimas inocentes da violência da guerra e dos refugiados, entre os quais um grande número de crianças inocentes”.

Segundo Bartolomeu, a guerra “não apenas não resolve problemas, mas cria outros novos e mais complexos”, esclarecendo que “semeia divisão e ódio, aumenta o fosso entre os povos”.

“Acreditamos firmemente que a humanidade pode viver sem guerras e violência. A Igreja de Cristo, por sua própria natureza, atua como pacificadora. Não só reza pela 'paz que vem do alto' e pela 'paz do mundo inteiro', mas destaca a importância do esforço humano para a sua consolidação. A um cristão pertence, antes de tudo, ser pacificador”, assinala.

Os ortodoxos celebram a Páscoa no domingo, dia 24 de abril, segundo o calendário juliano.

O Patriarca Bartolomeu de Constantinopla assinou, em janeiro de 2019, o decreto que concedeu a independência à Igreja Ortodoxa da Ucrânia em relação à de Moscovo, que é liderada pelo Patriarca Kirill. Com esta concessão da chamada “autocefalia”, a Igreja da Ucrânia passou a ser a 15ª Igreja Ortodoxa.


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