18 mai, 2022 - 11:40 • Aura Miguel
“Quero agradecer a São Carlos de Foucauld porque a sua espiritualidade me fez muito bem quando estudava teologia”. A revelação foi feita, durante a manhã, pelo Papa numa audiência à Associação Família espiritual Charles de Foucauld.
O missionário eremita francês, canonizado no passado domingo, é uma referência para Francisco porque o “ajudou muito a superar as crises e a encontrar um caminho de vida cristã mais simples e próxima do Senhor”, afirmou.
“O novo Santo trouxe à luz a essencialidade e a universalidade da fé, vivendo como um irmão para todos, a começar pelos pequenos. O seu objetivo não era converter outros, mas viver o amor gratuito de Deus, vivendo o apostolado da bondade”.
E para reforçar a atualidade deste santo que viveu e morreu no deserto da Argélia, Francisco citou uma passagem de uma carta do próprio Charles de Foucauld: “Quero habituar todos os habitantes cristãos, muçulmanos, judeus e idolatras a considerarem-me como seu irmão, um irmão universal (Carta a Maria de Bondy, 7.01.1902). E, para o fazer, abriu as portas da sua casa, para que fosse um porto para todos”.
O Papa fez votos para que os seguidores do Irmão Charles, “continuem a imaginar Jesus presente, a caminhar no meio povo, a levar por diante e pacientemente um trabalho árduo, a viver no quotidiano de uma família e de uma cidade", imitando-o “no caminho da pequenez, da humildade e da partilha com os pobres".
Foucauld foi declarado venerável em 2001 pelo então Papa João Paulo II e proclamado beato em 2005 pelo Papa Bento XVI. O milagre que teve a sua intercessão aconteceu em 30 de novembro de 2016, precisamente na véspera do centenário da sua morte.
O agora santo, foi um sacerdote francês assassinado na Argélia, aos 58 anos, por um grupo de rebeldes.