18 mai, 2022 - 18:00 • Ângela Roque
A preparação e a realização da Jornada Mundial da Juventude do próximo ano (JMJ 2023) vão ser confiadas a patronos, “santos e santas canonizados, ou com esse processo em curso”, e que podem ser “referências” para os mais novos, anunciou esta quarta-feira a organização da JMJ.
Ao todo, o Comité Organizador Local (COL) escolheu 13 patronos - mulheres, homens e jovens. Todos eles, no seu contexto e no seu tempo, “demonstraram que a vida de Cristo preenche e salva a juventude”, explica o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, no prefácio do livro que apresenta os diversos padroeiros, as suas referências históricas e a importância pastoral e espiritual de cada um.
Alguns nasceram em Lisboa, a cidade que vai acolher a JMJ no próximo ano, outros são “naturais de outras geografias”, mas todos podem ser “modelos para a juventude”.
D. Manuel Clemente começa por fazer referência a Maria, “padroeira por excelência da próxima Jornada Mundial da Juventude”, e a “São João Paulo II, a quem se deve a iniciativa das Jornadas”. Mas, da lista fazem parte “santos e santas que se dedicaram ao serviço da juventude”, como São João Bosco (fundador dos salesianos, e que o Papa João Paulo II declarou ‘Pai e Mestre da Juventude’).
Para além de São Vicente, mártir do século IV e padroeiro de Lisboa, o evento terá também o apoio de “alguns santos lisboetas que daqui partiram para anunciar Cristo”, como Santo António, São Bartolomeu dos Mártires ou São João de Brito.
Entre os patronos da JMJ estão igualmente alguns bem-aventurados (já beatificados), como Joana de Portugal, filha de Afonso V e já designada Santa Joana Princesa; o jovem jesuíta João Fernandes, martirizado nas Canárias em 1570; e Maria Clara do Menino Jesus, jovem aristocrata do século XIX, que se dedicou aos mais pobres e fundou a Congregação das irmãs Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
A lista inclui, ainda, alguns jovens que tiveram uma dimensão espiritual e de fé digna de ser conhecida, mas cuja vida foi interrompida cedo demais: é o caso de Pedro Jorge Frassati, que faleceu em 1925, em Turim, aos 24 anos; Marcel Callo, que tinha 22 anos quando morreu no campo de concentração nazi de Mauthausen, em 1945; Chiara Badano, do Movimento dos Focolares, que foi vítima de doença em 1990, com 18 anos; e Carlo Acutis, que não resistiu a uma leucemia, em 2006, tinha apenas 15 anos de idade.
O livro que apresenta os padroeiros da JMJ 2023 inclui, para além do prefácio de D. Manuel Clemente, um texto do prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida. O cardeal Kevin Farrell lembra que cada Jornada Mundial da Juventude é uma “peregrinação de fé e alegria”. À próxima, que será em Lisboa, virão participantes de todo o mundo, mas “nenhum deles fará esta viagem sozinho”, porque serão acompanhados por Maria e pelos vários “santos e beatos” agora divulgados.
“Tais Patronos”, refere o cardeal, “não são ‘heróis do passado’ nem ‘celebridades’ distantes, mas irmãos e irmãs na fé que querem partilhar com todos os jovens a sua própria experiência de terem seguido a Cristo enquanto jovens”. Pede, por isso, que cada padroeiro seja encarado como irmão ou irmã de “caminhada”.
“Talvez alguns deles sejam conhecidos somente através de quadros e imagens”, sublinha, mas são “autênticos amigos”.
O livro ‘Patronos da JMJ Lisboa 2023’ é uma publicação conjunta da Paulinas Editora e da Paulus.
A organização das Jornadas sublinha que, pela primeira vez, a preparação da JMJ, que está a acontecer em todas as dioceses portuguesas, vai ser também confiada a patronos diocesanos. “Cada diocese escolheu Santos ou Santas que são referências para o contexto de cada realidade diocesana e, pelo seu exemplo e proteção, ajudarão a caminhar até à JMJ de Lisboa”.
A próxima edição internacional da Jornada Mundial da Juventude vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto de 2023. O encontro de jovens com o Papa é considerado o maior evento religioso e cultural, reunindo habitualmente centenas de milhar de participantes de todo o mundo.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II. A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, mas desde aí as Jornadas já passaram por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).