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Primeira pedra da Igreja do Mosteiro de Palaçoulo é colocada esta terça-feira

24 mai, 2022 - 06:34 • Olímpia Mairos

"Mais um passo no caminho de pertença à Igreja portuguesa." Veio de Vitorchiano, em Itália, e ficará sob o futuro altar da igreja abacial. No seu interior foi escavacado um buraco, onde foi colocado um papel assinado pelas 80 monjas fundadoras.

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O arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, preside ao lançamento e bênção da primeira pedra da Igreja Abacial do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro. Uma cerimónia, nesta terça-feira, a que se associam os bispos da Província Eclesiástica de Braga.

“A bênção da primeira pedra tem o sentido de entregar a Deus esta obra que é sua e de pôr no seu cerne, nas suas raízes, a nossa pertença à Igreja monástica cisterciense”, diz à Renascença a irmã Guisy Maffini.

A superiora da comunidade monástica explica que, com este acontecimento, é dado mais um passo no caminho de pertença à Igreja portuguesa.

“Ao mesmo tempo, salientamos a nossa ligação com as nossas raízes, com a história da nossa comunidade monástica, com a sua fé, na nossa força profética e na atualidade da vida monástica beneditina”, destaca.

A pedra que ficará sob o futuro altar da igreja abacial veio de Vitorchiano, Itália. De lá vieram também as 10 monjas que formam o mosteiro de Palaçoulo.

“No interior da pedra foi escavacado um buraco, um buraquinho onde colocamos um papel assinado pelas 80 monjas fundadoras da comunidade de Vitorchiano”, revela a irmã Giusy, destacando que “no coração desta casa de Deus, que é o mosteiro, fica a história da nossa comunidade de origem e o seu compromisso com a Igreja portuguesa”.

O primeiro mosteiro trapista em Portugal é uma fundação do Mosteiro de Vitorchiano, Itália, pertencente à Ordem Cisterciense da Estrita Observância (OCSO), também conhecida como “Trapista”. O investimento, estimado em seis milhões de euros, será suportado integralmente pela Ordem formalmente designada “Cisterciense da Estrita Observância”.

As dez monjas, que atualmente residem na hospedaria ou casa de acolhimento, querem “ser as pequenas pedras vivas que se pretendem enraizar aqui, por amor a Jesus e à Sua Igreja; e por gratidão, pelo muito que temos recebido na nossa vida e na nossa vocação”, conta à Renascença a superiora da comunidade.

É em terras do Planalto Mirandês que as monjas pretendem - diz a irmã Giusy - “abrir o caminho para que esta realidade se torne sempre mais portuguesa, com vocações desta terra e deste belo país. Queira Deus responder com a sua graça”.

As obras de construção do mosteiro decorrem a bom ritmo e espera-se que estejam concluídas em 2023. O desejo das monjas é ver os trabalhos concluídos antes da Jornada Mundial da Juventude. O projeto contempla uma “igreja abacial” onde os hóspedes e as monjas trapistas podem rezar juntos.

Atualmente, as dez monjas trapistas, todas elas italianas, que têm o “Ora et Labora” de São Bento como regra da sua vida, vivem na hospedaria, um espaço que, depois, ficará apenas para as pessoas que querem contactar com a vida monástica.

A hospedaria foi projetada para acolher um máximo de 40 pessoas e está equipada com quartos que se prestam à hospitalidade de grupos e famílias (sala de reuniões, sala de leitura, refeitório, capela).

Para já, as monjas só tem capacidade para receber no máximo 10 pessoas, distribuídas em quatro quartos, uma vez que o restante do edifício funciona como mosteiro, mas estão disponíveis para acolher quem desejar fazer uns dias de retiro, pequenos grupos que queiram desfrutar da hospitalidade monástica ou reunir-se para momentos de descanso e recuperação espiritual.

A par da vida de oração, as monjas trapistas procuram ganhar a vida com o seu trabalho. Para além dos produtos de confeitaria, como são as compotas, bolachas e doces, também fabricam peças de artesanato, como os terços, livros e outros artigos religiosos.

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