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Cardeal-Patriarca propõe senado dos idosos. "Estamos a desperdiçar um enorme capital acumulado de sabedoria"

31 mai, 2022 - 22:19 • Ana Catarina André

Na apresentação do seu mais recente livro “O Catolicismo, Portugal e a Europa – Uma relação criativa”, D. Manuel Clemente sublinhou o papel dos leigos na Igreja, e disse que as palavras dos bispos só são ouvidas, se tiverem respaldo laical.

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O Cardeal-Patriarca de Lisboa avisa que a sociedade está a desperdiçar a sabedoria dos mais velhos e sugere a criação de um senado nas autarquias composto por pessoas mais velhas

Em declarações à Renascença, à margem da apresentação do seu mais recente livro “O Catolicismo, Portugal e a Europa – Uma relação criativa”, D. Manuel Clemente sublinhou que essa maior atenção à sensibilidade dos mais velhos é "um desejo e um benefício para a sociedade em geral".

"Estamos a desperdiçar um enorme capital acumulado de sabedoria, de experiência de vida. Já tenho, mesmo, proposto que, quando falo com autarcas, das freguesias aos municípios, devia haver uma espécie de senado com representantes mais idosos das diversas particularidades que cada sociedade tem, quer no campo profissional, cultural, artístico e essas pessoas não digo para decidirem - para isso temos os políticos e os governantes - mas para serem obrigatoriamente ouvidos", defendeu.

A apresentação do livro, que decorreu na Universidade Católica, incluiu um debate entre D. Manuel Clemente e o historiador António Araújo, sobre ‘Portugal e a Europa: Uma conversa sem fim’, moderado pela jornalista Maria João Avillez.

Na sessão, o Patriarca de Lisboa sublinhou o papel dos leigos na Igreja, e disse que as palavras dos bispos só são ouvidas, se tiverem respaldo laical.

"Numa sociedade como a nossa, em que os católicos estão cá com outros que o não são, ou cuja herança do catolicismo é meramente cultural e, às vezes, já muito contrastada, aí nas várias frentes quem está são os leigos. Daí que o episcopado tem a obrigação de manter a fé, de manter a vida cristã".

A obra foi apresentada pelo antigo primeiro-ministro e presidente da comissão europeia Durão Barroso, que, numa participação à distância, destacou a análise feita por D. Manuel Clemente da recomposição do catolicismo ao longo da história.

Na sua intervenção, D. Manuel Clemente sublinhou a influência da mensagem cristã no mundo e disse que a criatividade continua a ser uma marca do cristianismo hoje.

"Quando olhamos para estes 2.000 anos reparamos nisto mesmo: o influxo que a mensagem cristã teve nos mais diversos domínios - da sociedade, da cultura, do direito, das relações humanas. Por isso, essa relação criativa de Cristianismo, como continua a ser, uma originalidade que não passa, está disponível hoje, como está em tantas iniciativas protagonizadas por mulheres e homens cristãos por essa Europa fora e no nosso país", rematou o Cardeal-Patriarca de Lisboa.

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