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Padre Stan Swamy galardoado, a título póstumo, com prémio dos direitos humanos

07 jun, 2022 - 10:56 • Olímpia Mairos

A atribuição do galardão recorda ao mundo o trabalho desenvolvido pelo padre Jesuíta e a forma como as autoridades indianas o maltrataram no final da sua vida, prendendo-o, sob a acusação de terrorismo apesar do seu débil estado de saúde

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O padre jesuíta Stan Swamy foi homenageado a título póstumo, pelo júri do prémio Martin Ennals, pelo seu trabalho em defesa das populações tribais na Índia.

O presidente do júri Hans Thoolen lembrou que o galardão, considerado como o Nobel dos direitos humanos, deveria ter sido entregue ao sacerdote “na Primavera de 2021, mas infelizmente [ele] faleceu antes de o poder receber”.

“O júri quis esclarecer as muitas contribuições do padre Stan para os direitos humanos, que não podem ser ofuscadas com o seu encarceramento injusto pelas autoridades indianas”, acrescentou Hans Thoolen.

A atribuição do galardão recorda ao mundo o trabalho desenvolvido pelo padre jesuíta e a forma como as autoridades indianas o maltrataram no final da sua vida, prendendo-o, sob a acusação de terrorismo apesar do seu débil estado de saúde.

O Pe. Stan Swamy, jesuíta, morreu aos 84 anos de idade, depois de uma vida a lutar pelos povos tribais, pelos 'dalits', pelas populações ignoradas e desprezadas, pelos mais miseráveis, os que são como que invisíveis aos olhos da sociedade.

Morreu numa cama no hospital da Sagrada Família, em Bombaim, no dia 5 de julho do ano passado. A enfermaria hospitalar foi, assim, a última cela que conheceu em vida pois as autoridades indianas negaram sempre até ao fim a possibilidade de libertação sob fiança.

Defensor dos pobres, foi, para muitos, um sacerdote inspirador. Apesar do reconhecimento internacional do seu trabalho como ativista dos direitos humanos, nomeadamente dos povos indígenas, foi acusado de terrorismo pelas autoridades.

De acordo com a AIS, “muitos dos ‘dalits’, dos intocáveis que o Pe. Stan defendeu ao longo da sua vida de missionário eram cristãos. A sociedade indiana ignorava-os – continua a ignorar – como se não existissem, como se fossem invisíveis. Mas a Igreja acolhe-os. Por isso, há cada vez mais ‘dalits’ a abraçaram também o cristianismo na Índia”.

Na altura da prisão do padre Stan, o presidente executivo internacional da Fundação AIS alertou o mundo para a situação dramática dos que procuram defender os direitos humanos na Índia, dizendo que haverá “outros casos de padres e catequistas que foram injustamente acusados com o objetivo de espalhar o medo e de os intimidar”.

Segundo Thomas Heine-Geldern, o caso do Pe. Stan é apenas a ponta de um icebergue” da criminalização dos que defendem os direitos humanos, dos que procuram dar “melhores condições de vida”, aos ‘dalits’ e às populações tribais na Índia.

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