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Legalização da eutanásia “não tem suporte popular”

08 jun, 2022 - 07:22 • Ângela Roque

Várias cidades acolhem esta quarta-feira vigílias de protesto. Federação Portuguesa pela Vida convocou para quinta-feira uma manifestação “silenciosa” frente ao Parlamento, porque “já não há palavras” para a atitude dos deputados.

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A despenalização da eutanásia está de regresso ao Parlamento, que na quinta-feira, 9 de junho, vai votar, na generalidade, quatro projetos-lei apresentados pelo PS, Bloco de Esquerda, Iniciativa Liberal e PAN. Será igualmente votado um projeto-lei do Chega para a realização de um referendo sobre esta matéria, que deverá no entanto ser chumbado.

António Pinheiro Torres, da Federação Portuguesa pela Vida (FPV), lamenta que os partidos insistam em legislar numa matéria em relação à qual só receberem pareceres negativos, e nenhum apoio popular.

“Isto não corresponde a uma reivindicação da sociedade portuguesa. Nesta discussão da eutanásia o que tem sempre provocado descida à rua, manifestações, tem sido a posição que se opõe a estes projetos. Nunca se viu, desde 2016 até agora, uma só vigília, um pequeno encontro, umas dezenas de pessoas que estivessem a dar suporte popular a esta proposta da eutanásia . Verifica-se que, de facto, o s promotores destes projetos estão completamente sozinhos na sua obsessão ideológica ”, afirma.

Já esta quarta-feira à noite várias cidades vão acolher vigílias de protesto. Para quinta-feira está convocada uma manifestação “silenciosa” frente ao parlamento, a partir das 13h, porque “já não há palavras para descrever aquilo que se está a passar”, com os deputados a fazerem “tábua rasa” de todos os pareceres negativos que receberam.

“Nas audiências parlamentares, os organismos oficiais, as ordens profissionais, as organizações da sociedade civil pronunciaram-se todos contra estas propostas. Em 2018, o próprio parlamento as chumbou, tivemos a apreciação pelo Tribunal Constitucional, e novamente as propostas foram chumbadas, e tivemos ainda os vetos por parte do Presidente da República”, lembra António Pinheiro Torres, que espera que na quinta-feira muitos adiram à a manifestação, que pretende mostrar que “a sociedade portuguesa não quer estes projetos-lei”.

“A participação nestas manifestações e nestas vigílias pretende mostrar que há uma reivindicação que existe, de facto, na sociedade portuguesa, que é: devolvam aos portugueses a palavra sobre este assunto”, sublinha o responsável da FPV, que ainda não perdeu a esperança na realização de um referendo, “para decidirmos, em comunidade, aquilo que pretendemos. Para que não continuemos nisto de estarmos há seis anos com uma insistência que não tem justificação”. Espera, também, que os protestos desta semana não sejam ignorados pelos deputados. “Que pensem nos seus eleitores, naqueles que votam neles, porque isto não é uma questão da consciência do deputado, isto é uma questão da consciência de todos os portugueses”.

Para esta quarta-feira à noite estão confirmadas vigílias pela vida em seis cidades: Aveiro (21h30, Praça da República), Braga (21h30, Largo S. João do Souto), Coimbra (19h00, frente à Câmara municipal), Viseu (21h15, Rossio), Lisboa (21h00, S. Bento) e Almada. “Quatro delas são promovidas por associadas da FPV, e outras duas, a de Almada e a de Lisboa, por outros grupos que espontaneamente se formaram para este efeito”, explica Pinheiro Torres.

“Eutanásia? Não mates, cuida” é o slogan da convocatória para a manifestação “silenciosa” contra a eutanásia, dia 9, frente ao Parlamento, com início previsto para as 13 horas. Os participantes são convidados a usar “roupa preta”.

A Federação Portuguesa pela Vida conta, também, assistir ao plenário, a partir das galerias da assembleia.

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