11 jun, 2022 - 17:40 • Isabel Pacheco
A eventual despenalização da eutanásia traz “responsabilidade acrescida” para a Igreja, diz o diretor da Pastoral da Saúde da diocese de Viana do Castelo.
Para o padre Fábio Carvalho, um dos oradores do Congresso sobre Direitos e Liberdades Fundamentais que decorre em Viana do Castelo, caso a lei, já aprovada pela Assembleia da República, entre em vigor, vai ser necessária uma “maior humanização dos cuidados de saúde” como resposta.
“Daqui para a frente vamos ter de nos qualificar ainda mais. Ou seja, provar ao outro que aquilo que ele me pede não posso dar, mas o que lhe posso dar é muito melhor do que me está a pedir” explica o também capelão do hospital de Viana. “Acho que esta especialização na humanização dos cuidados de saúde tem de estar, cada vez mais, presente”, defende. “É uma responsabilidade acrescida”, acrescentou.
No entanto, o responsável pela pastoral da saúde de Viana do Castelo que admite manter a esperança de um veto de Marcelo de Rebelo de Sousa à lei da despenalização da eutanásia.
“Tenho esperança de que ele (Presidente da República) o fará. Embora, ele diga que as decisões que tomou não têm base nas suas convicções éticas, filosóficas ou religiosas, acredito que, de acordo inclusive com as contradições que estão no diploma, que a decisão não será outra senão o seu veto", refere o padre Fábio Carvalho.
A Assembleia da República aprovou, esta quinta-feira, a despenalização da morte medicamente assistida. A proposta de lei segue para as mãos do Presidente da República que já vetou o diploma duas vezes.