11 jun, 2022 - 09:25 • Henrique Cunha
“Uma oferta que o Santo Padre fez para a Igreja e ao povo de Timor”. D. Virgílio do Carmo Silva, arcebispo de Díli considera que a decisão do Papa Francisco em elevá-lo à condição de cardeal é sobretudo “um reconhecimento à fé de um lugar onde o Evangelho chegou há 500 anos”.
Em entrevista à Renascença, o futuro cardeal revela que, “quando a notícia foi anunciada, ficou um pouco perturbado e preocupado”, e que, depois de alguns momentos de reflexão chegou “à conclusão de que estamos perante um presente para a Igreja e povo timorenses”.
D. Virgílio lembra a atenção que o Papa Francisco tem dado a Timor, um território onde 98% dos um milhão e 300 mil habitantes são católicos. O arcebispo de Díli reconhece neste gesto a atenção que Francisco dá às periferias.
Nesta entrevista à Renascença, D. Virgílio fala da Igreja portuguesa como “a Igreja Mãe” e revela que a cooperação com Portugal se revela aos mais diversos níveis. Por exemplo, está a ser criada em Díli a Universidade Católica “em perfeita colaboração com a Universidade Católica Portuguesa”.
O arcebispo de Díli aproveitou também para agradecer à Conferência Episcopal Portuguesa toda a colaboração e para manifestar a vontade de alimentar essa “forte relação”.
O prelado garante que a Igreja timorense “goza de uma boa relação com o poder político e com todas as forças políticas” e revela que “desde 2015 a boa cooperação” está patente “nas negociações da Concordata”.
D. Virgílio do Carmo Silva é sacerdote salesiano e dirige a igreja de Díli desde 2016. Aos 54 anos, será um dos 21 novos cardeais que serão criados no Consistório de 27 de agosto. O arcebispo de Díli passará a ser um dos mais jovens do Colégio dos Cardeais, ao lado do Vigário Apostólico de Ulaanbatar, Monsenhor Giorgio Marengo, que também receberá a púrpura com apenas 48 anos no próximo Consistório.