19 jun, 2022 - 21:09 • Henrique Cunha
O festival de música cristã Gaia GodTellers, de cariz ecuménico, regressa depois da pandemia para a sua 6.ª edição. A organização entende o evento como uma espécie de aquecimento para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ2023) do próximo ano.
Pedro Pires, do Grupo de Jovens de Canelas, que organiza o festival marcado para 1 e 2 de julho, no Jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia, diz à Renascença que “a ideia de poder juntar jovens de várias sensibilidades cristãs, através da música, é um bocadinho daquilo que acontece na Jornada Mundial da Juventude”.
“Funcionará muito bem e poderá ser aqui também uma forma de despertar e ajudar a fazer caminho para a jornada”, reforça.
O Gaia GodTellers, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Gaia, vai juntar artistas e bandas de todo o país, mas Pedro Pires revela que o objetivo é “definitivamente internacionalizar o evento” e, nesse sentido, já foram feitos muitos contatos com grupos estrangeiros.
Como surgiu a ideia de avançar com a realização de um festival como o Gaia GodTellers?
A ideia surgiu um bocadinho fruto de algumas experiências que o grupo de jovens da paróquia de Canelas foi tendo nas Jornadas Mundiais da Juventude. Este contacto dos jovens com uma cultura cristã através da música vai para além daquilo que é o mais tradicional, como é o caso da música litúrgica que usamos mais frequentemente nas nossas celebrações.
E surgiu um bocadinho nesta perspetiva de podermos levar para fora dos templos, para fora das igrejas, esta cultura cristã jovem que existe às vezes um bocadinho de forma envergonhada, mas que nós tínhamos aqui. Tínhamos este sonho de poder levar as pessoas e poder transformar isto um bocadinho numa cultura mais sem preconceitos. Podermos juntar outras perspetivas e outras sensibilidades cristãs que, no fundo, fazem da música também um veículo de evangelização e de louvor e que a nós parecia nos fazer todo o sentido.
Esta sexta edição vai ocorrer nos dias um e 2 de julho, no Jardim do Morro, a cerca de um ano da Jornada Mundial da Juventude. Vai ser um ensaio para a Jornada de agosto do próximo ano?
Não será exatamente um ensaio, mas eu acho que pode fazer parte de um aquecimento, se assim pudermos utilizar uma linguagem mais desportiva, neste caminho para a Jornada.
Esta esta ideia de poder juntar jovens de várias sensibilidades cristãs através da música, com foco naquilo que é de facto mais o mais importante para todos que é Jesus Cristo, podermos levar isto para a rua é um bocadinho também aquilo que acontece na Jornada Mundial da Juventude. Funcionará muito bem e poderá ser aqui também uma forma de despertar e ajudar a fazer caminho para a jornada.
Mudaram de local para o Jardim do Morro porque, a partir de um determinado momento, também puderam contar com o apoio institucional da Câmara de Gaia?
Isto começou literalmente à porta da nossa Igreja e, a certa altura, foi crescendo e deixámos de ter capacidade financeira para poder continuar e, portanto, na altura apresentámos este projeto à Câmara de Gaia e a Câmara não só nos permitiu continuar a fazer a levar à frente este sonho, mas lançamos nós aqui o desafio de podermos pegar neste conceito e levá-lo para uma área nobre da cidade.
O festival foi alargado para dois dias, permitindo também trazer mais bandas e oferecer a mais qualidade técnica e mais capacidade para podermos fazer um evento com dignidade, com impacto nas pessoas que se deslocam de propósito para o evento, mas também muitas daquelas que passam na rua e que vão circulando na cidade e se deparam com esta novidade. Que é de facto haver música cristã de vários géneros e de várias proveniências ao vivo num espaço nobre como o Jardim do Morro, em Gaia.
Vão ser dois dias cheios de música, mas deixe-me perguntar-lhe se já nos pode dizer se há muitas bandas inscritas e de diferentes confissões?
Desde a primeira edição contamos logo com bandas de outras confissões cristãs. Da Igreja Metodista, de várias igrejas Evangélicas de todo o país. Temos connosco a Team Kuriakos, que é uma banda da Igreja Maná de Lisboa, os Brasa Church, que é uma Igreja Evangélica sediada em Espinho. Temos de São João da Madeira os El Shadai Music. Ou seja, nós temos várias proveniências e várias pessoas que têm estado connosco desde sempre.
É um evento nacional?
Sim, é um evento completamente nacional. Temos tido essa felicidade. Temos também já muitos contactos feitos a nível internacional e de bandas, desde do Brasil à Europa e com muita vontade de participar, e portanto queremos definitivamente internacionalizar o evento.