23 jun, 2022 - 14:40 • Olímpia Mairos
D. José Cordeiro vai receber o pálio das mãos do Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo, numa cerimónia marcada para o dia 10 de julho, na sé de Braga.
A veste litúrgica representa o juramento de lealdade que os arcebispos fazem ao Papa e aos seus sucessores.
É a primeira vez que um arcebispo de Braga recebe o pálio fora de Roma. Até 2015, altura em que o Papa Francisco modificou o ritual de entrega do pálio, os novos arcebispos deslocavam-se a Roma; o Papa impunha a todos a veste litúrgica no dia 29 de junho, festa de S. Pedro e S. Paulo.
Atualmente os arcebispos recebem o pálio na Igreja que pastoreiam pelas mãos dos núncios apostólicos.
Os pálios destinados aos novos arcebispos serão benzidos no próximo dia 29 de junho, às 9h30, na Basílica de S. Pedro, pelo Papa Francisco, numa cerimónia em que D. José Cordeiro marcará presença.
O pálio é usado por todos os bispos metropolitas, significando a autoridade que lhes cabe sobre todas as dioceses da Província Eclesiástica que coordenam. No caso da Arquidiocese de Braga são-lhe sufragâneas as dioceses de Bragança-Miranda, Vila Real, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Lamego, Viseu e Coimbra.
Os titulares das dioceses metropolitas, por presidirem à Província Eclesiástica, assumem o nome de “arcebispos”; as dioceses metropolitas assumem o nome de “arquidioceses”.
Para a cerimónia da imposição do pálio a D. José Cordeiro, a Arquidiocese de Braga convida todos os fiéis, convocando particularmente os membros das confrarias e irmandades, as santas casas da misericórdia, os membros da Ordem de Malta e das ordens equestres, as congregações religiosas, os consagrados leigos, os membros dos vários conselhos arquidiocesanos (presbiteral, pastoral, económico), os membros das sociedades de vida apostólica, os membros dos movimentos de apostolado, os responsáveis pelas IPSS’s, todos os agentes de apostolado, qualquer que seja o múnus que exercem na Igreja.
“Braga, a Primaz das Espanhas, Igreja Metropolita do Norte de Portugal, continua a escrever a sua história. Sejamos artífices e testemunhas, participando, colaborando, comparecendo, rezando”, lê-se no site da arquidiocese.
A palavra pálio deriva do latim pallium, que significa manto de lã. Essa lã resulta da criação de dois cordeiros, pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma. São depois confecionados pelas freiras de clausura do convento romano de Santa Cecília, no Trastevere. Uma vez prontos, são armazenados na Basílica de São Pedro, em Roma, aos pés do altar de confissão (altar central), muito próximo ao túmulo do Apóstolo Pedro.
Na sua forma atual, o pálio tem a forma de “Y” e é decorado com seis cruzes negras de seda, que lembram as feridas de Cristo.