28 jun, 2022 - 18:57 • Ana Lisboa
Decorreu esta tarde no Vaticano a apresentação oficial do Jubileu de2025, que tem como lema já anunciado pelo Papa 'Peregrinos de Esperança".
O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que está encarregue de preparar e coordenar o Jubileu 2025, anunciou esta terça-feira que o Papa Francisco "pediu que estes dois anos que separam do Jubileu, se concentrem em dois temas particulares".
Assim, Rino Fisichella explicou que o ano de 2023 "será dedicado a revisitar os temas fundamentais das quatro Constituições conciliares para que a Igreja possa respirar novamente o ensinamento profundo e atual produzido pelo Concílio Vaticano II".
Nesse sentido, está a ser produzida "uma série de auxílios ágeis, redigidos numa linguagem cativante, para permitir que aqueles que não têm memória" possam conhecer melhor este acontecimento da história da Igreja.
Quanto ao ano de 2024, o Arcebispo italiano disse que "será um ano dedicado à oração para criar um contexto favorável ao Jubileu e permitir que os peregrinos se preparem para este evento, que é sobretudo espiritual, de forma coerente e eficaz".
Acrescentou que "os eventos mais específicos que acompanharão esses dois anos serão anunciados para compor um primeiro resumo preparatório. Esses dois anos também servem para fazer de Roma e de Itália uma cidade e um país que pode, mais uma vez, mostrar o seu melhor com a sua tradição de hospitalidade que, ao longo dos séculos, a tornou uma pátria comum".
Fisichella sublinhou que "cada Ano Santo da história da Igreja adquire todo o seu sentido quando se insere no contexto histórico que a humanidade vive e, sobretudo, quando consegue ler os sinais de ansiedades e angústias combinados com as expectativas que as pessoas percebem". Não deixou de se referir à "fragilidade vivida nos últimos anos, aliada ao medo da violência das guerras"."Peregrinos de esperança" é o lema escolhido para este Jubileu 2025, uma ocasião "para expressar a necessidade de dar sentido ao presente para que seja condição de um verdadeiro impulso rumo ao futuro, para reconhecer e responder aos vários desafios que surgem do tempo ao tempo".
O Arcebispo salientou ainda que estão a ser dados "os primeiros passos na cultura digital".
Por esse motivo, o "próximo Jubileu não pode deixar de entrar nesta cultura e, por isso, estudamos como comunicar de forma eficaz e direta, assumindo as conquistas que a ciência e a tecnologia colocam nas nossas mãos. Milhões de utentes terão de poder tornar-se peregrinos também através da tecnologia digital".
Foram recebidas "294 propostas de 213 cidades e 48 países diferentes. A faixa etária dos participantes foi dos 6 aos 83 anos".
A decisão foi difícil. O Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização disse que, para o Santo Padre, "a escolha também não foi fácil".
Depois de ter observado os três projetos finais várias vezes, a escolha do Papa "recaiu sobre a proposta de Giacomo Travisani".
Numa primeira "leitura teológica", Rino Fisichella explicou que o logotipo "representa quatro figuras estilizadas para indicar a humanidade dos quatro cantos da terra. Eles abraçam-se para indicar a solidariedade e a fraternidade que deve unir os povos".
"As ondas que estão abaixo e que se movem indicam que a peregrinação da vida nem sempre se move em águas calmas. As vicissitudes pessoais e os acontecimentos mundiais muitas vezes impõem com maior intensidade o apelo à esperança".
A parte inferior da Cruz estende-se em âncora. "Como sabemos, a âncora tem sido frequentemente usada como uma metáfora para a esperança. A âncora da esperança, na verdade, é o nome que, no jargão marítimo, é dado à âncora de reserva, usada pelos barcos para realizar manobras de emergência para estabilizar o navio durante as tempestades".
O Arcebispo italiano afirmou que a "Cruz não é de forma alguma estática, mas também dinâmica, inclina-se para a humanidade como se fosse ao seu encontro e não a abandonasse, mas oferecendo a certeza da presença e a segurança da esperança.".
Depois do verão, o site oficial do Jubileu estará disponível. Será "uma ferramenta para ajudar os peregrinos a aproveitar melhor os eventos propostos, facilitando a experiência espiritual e cultural da cidade de Roma. O portal do Jubileu conterá, além da importante Carta do Peregrino, notícias, notas históricas, informações práticas, serviços e ferramentas multimédia em dez idiomas e com alto nível de acessibilidade para pessoas com deficiência".