10 jul, 2022 - 09:00
Trinta e cinco instituições religiosas de seis países anunciaram a intenção de desinvestir em empresas de combustíveis fósseis, altamente poluentes.
A decisão deverá significar um desinvestimento da ordem dos 500 milhões de dólares.
Num comunicado conjunto, divulgado pelo Movimento Laudato Si e pelo Conselho Mundial das Igrejas, é revelado que entre as instituições que adotaram esta decisão estão organizações católicas, em particular de cinco dioceses da Irlanda, e também do Canadá.
O Vaticano também já tinha recomendado o desinvestimento em empresas mais poluidoras.
O chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Ivo Faria, entende que “este pode ser um caminho para pressionar de forma positiva, sobretudo os países mais desenvolvidos, para favorecer a transição energética”.
Ainda assim, o responsável considera “importante compreendermos como o mundo está todo interligado e que hoje em dia as energias fósseis e renováveis não estão igualmente acessíveis a toda a população mundial”.
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Em declarações à Renascença, Ivo Faria chama a atenção para “geografias que vivem com muito mais dificuldades, com mais focos de pobreza e onde também as energias são mais escassas e não tão desenvolvidas”.
Para estes casos, o chefe nacional do CNE diz que poderia ser “muito interessante que este desinvestimento (nas empresas de combustíveis fósseis) pudesse ser repensado e canalizado, por um lado, para empresas que mesmo atuando na área da energia tenham contributos importantes de transição para as renováveis e, por outro, para se investir e apoiar os países menos desenvolvidos e que dependem muito mais do que nós das energias ainda fósseis do que das renováveis”.
"Ajudá-los a fazerem também esta transição; isso sim seria também um contributo muito importante que complementa este foco”, sublinha.
Ivo Faria garante que “no mundo do escutismo nós gostamos muito de sensibilizar as crianças e os jovens a serem eles próprios motores deste desenvolvimento e serem eles também pelos seus hábitos indutores desta mudança positiva”.
O chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas considera que “nós valorizamos o consumo da energia renovável, e incentivamos sempre a possibilidade de nos transportarmos por força das nossas próprias pernas e menos pela viatura automóvel”. “Com isso também vamos transformando o mundo”, conclui.
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