23 jul, 2022 - 10:24 • Henrique Cunha
O padre Rubens Marques, da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no Porto, diz que a organização Porta Solidária "vive um momento de aflição, primeiro desde 2009" , tendo hoje "a despensa quase vazia".
"Dêem-nos comida para podermos continuar a dar de comer aos pobres", pede o sacerdote, ouvido pela Renascença.
Rubens Marques diz que "a diminuição drástica das ofertas" decorre da "redução do poder de compra dos portugueses devido ao grande aumento dos bens essenciais".
"As pessoas começam a ter pouca margem para a solidariedade", reforça.
“Tínhamos uma empresa que nos oferecia todo o atum. Neste momento, não temos atum para dar uma refeição", exemplifica o sacerdote.
Em agosto a Porta Solidária vai contactar de novo mais empresas e pretende intensificar as campanhas com pedidos de ajuda, como “aquele que estamos a fazer na Rádio Renascença, a quem agradecemos”.
O responsável pela Porta Solidária insiste defende uma maior intervenção da Segurança Social que é quem tem possibilidade de "dar respostas estruturais".
"O país tem que enfrentar este problema que se arrasta", remata.
A Porta Solidária, projeto da paróquia Nossa Senhora da Conceição, está sedeada na Praça do Marquês, onde serve, desde fevereiro de 2009, o jantar a pessoas em situação de grande carência social e económica. Em média, serve diariamente mais de 450 refeições. No decurso da semana passada, depois de dois anos em que, por causa da pandemia, se recorreu ao serviço take-away, a Porta solidária voltou a servir as suas refeições em refeitório.