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Voltámos aos números pré-pandemia, diz reitor do Santuário de Fátima

13 ago, 2022 - 14:25 • Teresa Paula Costa

Padre Carlos Cabecinhas satisfeito com afluência de peregrinos nas cerimónias de 12 e 13 de agosto. Casos de abusos sexuais por parte do clero não têm impacto na afluência à Cova da Iria.

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O reitor do santuário de Fátima disse, neste sábado, que a afluência de peregrinos nas cerimónias do 12 e 13 de agosto comprovam que o movimento está a voltar ao que era normal antes da pandemia.

Em declarações aos jornalistas no final da Peregrinação do Migrante e do Refugiado, o padre Carlos Cabecinhas afirmou que esta foi “uma peregrinação que nos permite dizer que regressamos à situação pré-pandemia, em termos de número de presenças de migrantes”.

Contudo, em termos de grupos estrangeiros “não passamos ainda aquilo que eram os habituais, mas assistimos claramente a um retorno significativo”.

“Em termos de presença de migrantes, esta foi de novo uma grande peregrinação”, salientou o sacerdote, que destacou a presença, não só de emigrantes portugueses, mas também de migrantes.

Uma das características desta peregrinação é a oferta de cereais. “Aí sim, regressámos a valores muito próximos dos pré-pandemia”, acrescentou o padre Carlos Cabecinhas.

Abusos sexuais sem impacto na afluência

Confrontado pelos jornalistas sobre o possível impacto que os casos de abusos de menores por parte de membros da Igreja têm tido na afluência de pessoas ao santuário, o padre Carlos Cabecinhas negou que tal esteja a acontecer.

Admitindo que se trata de uma questão “particularmente dolorosa”, e que “o santuário não é uma ilha e, portanto, chegam cá também os ecos” e as ondas de choque que a situação vai provocando nos fiéis, o sacerdote disse que “não temos qualquer sinal de que isso se reflita na afluência ao santuário de Fátima”.

É a fé que move peregrinos

Confrontado pela Renascença com o alerta deixado pelo bispo de Fall River nesta peregrinação de que uma peregrinação “não é um encontro turístico nem entretenimento”, o padre Carlos Cabecinhas negou que o espírito das peregrinações esteja a ser “desvirtuado”.

“A peregrinação é sempre um fenómeno vivo e como fenómeno vivo corre, sempre o risco de se desvirtuar”, admitiu o reitor. No entanto, “não creio que seja essa a situação das peregrinações a Fátima”.

“Aquilo que é sempre a preocupação do santuário é que, mesmo aquele que vem como turista, ao entrar no santuário, se possa transformar em peregrino, possa participar nas celebrações e se sinta envolvido pelo espírito deste lugar”, acrescentou.

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