29 ago, 2022 - 09:54 • Redação com Lusa
O bispo de Leiria-Fátima apelou ao acolhimento dos "avisos das autoridades" face aos incêndios, defendeu uma "responsabilidade cívica acrescida de todos" e pediu às autoridades medidas estruturais para combater este flagelo.
Numa nota pastoral publicada na página da Diocese na Internet, D. José Ornelas alertou que "a continuação de temperaturas elevadas e da seca que aflige o nosso e muitos outros países apelam à responsabilidade cívica acrescida de todos, tendo em conta que a maioria destes fogos têm origem na ação e na incúria humanas. É imperioso acolher os avisos providentes das autoridades, para evitar a continuação destas desgraças".
"Por outro lado, é necessário entender que o acentuar-se destes fenómenos extremos é resultado de um modo de vida que tem de mudar em todo o mundo, para defender o planeta que Deus nos deu para guardar e trabalhar - a nossa "casa comum", como diz o Papa Francisco - de modo a assegurar meios de vida dignos para todos", acrescentou o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Para o bispo de Leiria-Fátima, "é necessário que as autoridades tomem medidas estruturais para combater estes flagelos e o degradar-se dos recursos naturais".
"Mas, especialmente nestes momentos de crise, agravados pela guerra que gera escassez de bens essenciais, todos nos devemos sentir solidários no esforço comum de preservar o ambiente, através da mudança de hábitos, a começar pelo uso criterioso dos bens preciosos e fundamentais como a água e a energia", sublinhou.
Na nota pastoral, José Ornelas recordou os incêndios que, nas últimas semanas, "consumiram os bens de muitas famílias e empresas, puseram em risco casas e pessoas e destruíram milhares de quilómetros quadrados do património florestal" na região, e assegurou que tem procurado acompanhar, "na medida do possível, estas situações gravosas em contactos com autoridades e paróquias atingidas".
O bispo aproveitou também para "exprimir especial gratidão aos responsáveis das autoridades nacionais e autárquicas, da proteção civil, forças de segurança e militares e, sobretudo, aos bombeiros e voluntários civis que têm sido incansáveis na defesa das vidas e habitações e na contenção deste flagelo".