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Beatificação do "Papa do sorriso"

Francisco diz que João Paulo I viveu "sem cedências e amando até ao extremo"

04 set, 2022 - 11:11 • Aura Miguel

Sob uma chuva intensa e poucos fiéis na praça de São Pedro, o Papa sublinhou que o novo Beato, conhecido como "Papa do sorriso", conseguiu transmitir a bondade de Deus.

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Foto: Riccardo Antimiani/EPA
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Foto: Remo Casilli/Reuters
Foto: Remo Casilli/Reuters

O Papa Francisco considera que João Paulo I, beatificado este domingo, viveu "sem cedências e amando até ao extremo".

"Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor”, disse Francisco esta manhã, durante a beatificação de João Paulo I.

"É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não é bravia nem impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado", afirmou o Papa, acrescentando: "Rezemos a este nosso pai e irmão e peçamos- lhe que nos obtenha 'o sorriso da alma'."

Sob uma chuva intensa e poucos fiéis na praça de São Pedro, o Papa sublinhou que o novo Beato viveu “na alegria do Evangelho, sem cedências, amando até ao extremo” e “encarnou a pobreza do discípulo, que não é apenas desapegar-se dos bens materiais, mas sobretudo vencer a tentação de me colocar a mim mesmo no centro e procurar a glória própria”.

Um pastor manso e humilde, concluiu Francisco, “que se considerava a si mesmo como o pó sobre o qual Deus Se dignara escrever“.

Durante a homilia, Francisco alertou para certas “razões mundanas”, opostas ao modelo de vida do novo beato João Paulo I.

“Por trás de uma fachada religiosa perfeita pode-se esconder a mera satisfação das próprias necessidades, a busca do prestígio pessoal, o desejo de aceder a um cargo, de ter as coisas sob controle, o desejo de ocupar espaço e obter privilégios, a aspiração de receber reconhecimentos, e muito mais. Para tudo isto, pode-se chegar a instrumentalizar Deus”, advertiu.

Lembrando a humildade de João Paulo I, Francisco esclareceu que seguir Jesus “não significa entrar na corte, nem participar num cortejo triunfal, nem mesmo garantir-se um seguro de vida".

"Pelo contrário, significa tomar a própria cruz e olhar mais para Ele do que para nós próprios”, concluiu.

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