04 set, 2022 - 23:13 • Lusa
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O Papa Francisco considera "uma monstruosidade" e um ato "diabólico" os abusos sexuais de crianças, sustentando que é preciso combatê-los dentro da Igreja Católica.
"Quando falamos de abuso, eu diria que é preciso ter esta visão de conjunto, segundo, procurar que não se escondam as coisas, porque nalguns setores, como na família, tende-se a ocultar, e, terceiro, agarremos [Igreja] na percentagem que nos diz respeito e vamos ao combate", disse o Papa, em entrevista à TVI/CNN Portugal.
A primeira parte da entrevista à jornalista Maria João Avillez, foi divulgada este domingo, sendo a restante emitida na segunda-feira,
Francisco assume a existência de um problema com os abusos sexuais no seio da Igreja Católica: "Não nego os abusos. Mesmo que fosse um só, é monstruoso, porque o padre e a freira têm de conduzir o menino, a menina a Deus e, ao fazerem isso, destroem-lhes a vida."
“Um sacerdote não pode continuar a ser sacerdote se for um abusador. Não pode. Porque é um doente ou um criminoso, não sei”, acrescentou.
O Papa sublinhou que os abusos sexuais de crianças destroem vidas e negou que estejam relacionados com celibato na Igreja.
"O abuso é uma coisa destrutiva. Humanamente diabólica. Porque nas famílias não há celibato e também ocorre. Portanto é simplesmente a monstruosidade de um homem ou de uma mulher da Igreja, que está doente em termos psicológicos ou é malvado e usa a sua posição para sua satisfação pessoal. É diabólico", frisou.