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Papa Francisco despede-se do Cazaquistão com palavras de paz

15 set, 2022 - 11:52 • Aura Miguel enviada ao Cazaquistão

O fim da visita apostólica coincidiu com o encerramento do VII Congresso dos líderes religiosos mundiais.

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Papa Francisco despede-se do Cazaquistão com palavras de paz
Veja a reportagem da enviada especial da Renascença ao Cazaquistão, Aura Miguel

O Papa Francisco despediu-se esta quinta-feira do Cazaquistão com renovadas palavras de paz

Junto da pequena comunidade católica, reunida na catedral, o Papa elogiou a herança da fé, transmitida de avós e pais para filhos, por vezes com grande sofrimento, mas insistiu que não basta a recordação do passado para a fé permanecer viva.

O futuro da fé implica ”sair de si mesmo” e “dar espaço aos outros”, afirmou Francisco, pedindo a todos que dêem testemunho e sejam “homens e mulheres de comunhão e de paz”.

O fim desta visita apostólica coincidiu com o encerramento do VII Congresso dos líderes religiosos mundiais. Francisco proferiu o discurso de encerramento, reafirmando a sua aposta no diálogo e encontro de culturas e religiões, face à “loucura insensata de guerra” e da persistência do ódio e fundamentalismos.

O Papa reafirmou que “o caminho do diálogo inter-religioso é um caminho comum de paz e para a paz e, como tal, é necessário e sem retorno”. E mais do que uma oportunidade, Francisco declarou que o diálogo inter-religioso é “um serviço urgente e insubstituível à humanidade.”

No meio de todo este mosaico e diversidade, sai reforçado o papel do Cazaquistão como encruzilhada multicultural e multireligiosa. É uma aposta do presidente Tokayev, que se propõe ser ponte entre as várias sensibilidades, mas que não escapa a críticas. Enquanto o Congresso condenava a violência, o diálogo e a repressão religiosa, Tokayev recebia o presidente Xi Jinping, na sua primeira visita ao estrangeiro após dois anos de pandemia, para reforçar os laços e a cooperação entre a China e o Cazaquistão.

Várias apreensões surgiram também, no primeiro dia de Congresso quando, após sucessivos discursos a condenar o uso da religião para justificar o ódio e a guerra, os organizadores chamaram ao pódio várias personalidades para receber uma medalha “pela promoção do diálogo entre os povos”.

Um dos eleitos que recebeu a medalha das mãos do Presidente Tokayev foi o metropolita Anton, o número dois do Patriarcado ortodoxo de Moscovo, responsável pelas relações externas, representante do patriarca Kirill neste Congresso.

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