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Papa preocupado com ameaça nuclear

09 out, 2022 - 12:10 • Aura Miguel

Fracisco voltou a falar do flagelo do Mediterrâneo, em que milhares de migrantes perdem a vida todos os anos.

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"Não podemos esquecer o perigo de guerra nuclear que então ameaçava o mundo naquele momento", disse o Papa esta manhã recordando a época do Concílio Vaticano II, inaugurado há 60 anos. Franciso deixou assim de forma indireta uma referência à cada vez maior tensão na guerra na Ucrânia, e às ameaças russas de uso de armas de destruição maciça.

"Por que não aprender com a história? Mesmo naquela época havia conflitos e grandes tensões, mas o caminho pacífico foi escolhido", afirmou Francisco esta manhã na oração do Angelus.

E lembrou a todos o que está escrito na Bíblia: "Assim diz o Senhor: ‘Parai um pouco na estrada para observar, e perguntai sobre os antigos caminhos, qual o melhor para seguirdes por ele assim encontrareis lugar tranquilo para viver’. (Jer 6,16).”

Perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa canonizou esta manhã dois italianos, o farmacêutico e enfermeiro salesiano Artemide Zatti, que dedicou toda a vida aos doentes, e Giovanni Battista Scalabrini, bispo e fundador de uma Congregação missionária, especialmente vocacionada para acompanhar os migrantes.

“Tenho medo quando vejo comunidades cristãs que dividem o mundo em bons e maus, em santos e pecadores. Assim, acaba-se por se sentir melhor do que os outros e manter fora muitos que Deus quer abraçar”, denunciou o Papa na homilia da missa. Francisco renovou o seu apelo à inclusão de todos, quer na Igreja, quer na sociedade, “ainda marcadas por tantas desigualdades e marginalizações”.

A propósito da canonização de Giovanni Battista Scalabrini, o Papa considerou “escandalosa a exclusão dos migrantes”, classificando-a de . “criminosa, porque leva-os a morrer à nossa frente”. Ao recordar que “o Mediterrâneo é hoje o maior cemitério do mundo”, Francisco acrescentou que “a exclusão dos migrantes mete nojo e é pecaminosa”.

Sobre a canonização do irmão salesiano Artemide Zatti, o Santo Padre considerou-o “um exemplo vivo de gratidão porque, curado da tuberculose, dedicou toda a sua vida a favorecer os outros e a cuidar com amor e ternura dos doentes”.

E concluiu: “Rezemos para que estes nossos santos irmãos nos ajudem a caminhar juntos, sem muros de divisão; e a cultivar esta nobreza de alma tão agradável a Deus que é a gratidão".

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