12 out, 2022 - 23:20 • Ana Catarina André
D. José Ornelas afirmou, esta quarta-feira à noite, em Fátima, que tanto na Igreja, como na sociedade, “todos nos esforçamos por mudar atitudes e procedimentos, a fim de que as crianças e aqueles que se encontram em situações de fragilidade não sejam esquecidos ou, pior ainda, abusados e explorados”.
O bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal, que preside às celebrações de 12 e 13 de outubro, no santuário de Fátima, sublinhou, na homília, que “particularmente as crianças e jovens têm de ser motivo de um olhar atento”.
Citando os versos de Sophia de Mello Breyner, “vemos, ouvimos e lemos … não podemos ignorar”, D. José Ornelas afirmou que “esta tem de ser a atitude da Igreja”. “Somos chamados a estar na linha da frente do atendimento, da proteção, da proximidade a todas as fragilidades”, referiu.
Na homilia da noite, D. José Ornelas frisou, também, que “cuidar das fragilidades humanas no início e no fim da vida é continuar a solicitude de Maria para com os pastorinhos, as vítimas da guerra, os pecadores”.
Partindo da figura de “Maria, Mãe e modelo da Igreja”, e perante um santuário repleto de fiéis, o bispo de Leiria-Fátima lembrou que “junto à cruz de Jesus, Maria surge como uma maternidade que acompanha sempre aqueles que gera e se faz presente sobretudo nos momentos de sofrimento e de crise”.
Neste sentido, D. José Ornelas evocou “a atitude das mães ucranianas”, assoladas pela guerra. “Uma delas dizia-me, ‘choramos de noite e sorrimos de dia, para dar força aos nossos filhos e filhas’.”
Esta tarde, na conferência de imprensa que antecedeu as celebrações de 12 e 13 de outubro, o presidente da Conferência Episcopal reafirmou que “este é o momento em que a justiça deve investigar e encontrar caminho”. D. José Ornelas defendeu que “qualquer número [de casos] é sempre demasiado” e salientou a necessidade de se conhecer com detalhe os contextos em que os abusos ocorreram para “que se tomem medidas”.
"Para nós, Igreja, cada caso é uma derrota. É uma derrota antes de mais porque alguém sofre. É uma derrota porque alguém foi espezinhado nos seus direitos fundamentais. [É uma derrota] também porque contradiz radicalmente tudo aquilo que nós queremos, somos e queremos ser como Igreja, a nossa identidade e a nossa missão."
Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa ass(...)