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Bispo do Porto não se lembra de ter recebido queixa de abuso

14 out, 2022 - 12:24 • Henrique Cunha

“Não me consigo recordar minimamente de nada parecido com essa denúncia.” É a reação de D. Manuel Linda às notícias de que quando era professor de religião e moral, em Vila Real, não terá comunicado a queixa de uma menor em relação a outro sacerdote.

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O bispo do Porto não se recorda de ter recebido qualquer denúncia de abuso, relativa ao caso noticiado hoje pela imprensa, envolvendo uma mulher e um sacerdote da diocese de Vila Real. É o que garante em comunicado enviado à Renascença pela diocese do Porto.

A alegada vítima, hoje com 32 anos, afirma em entrevista ao Correio da Manhã que um padre abusou dela em criança, e garante que na altura contou o sucedido ao professor de Moral, o padre Manuel Linda, que não terá comunicado a queixa a nível superior.

Na nota que emitiu esta sexta-feira o agora bispo do Porto afirma não se “recordar minimamente de nada parecido com essa denúncia”, e assegura que “se alguma vez tivesse recebido alguma denúncia, teria reportado imediatamente” ao seu bispo.

“Agora, e como Bispo do Porto, espero que nunca uma denúncia como esta fique sem resposta e que qualquer vítima possa denunciar e partilhar essa dor”, sublinha ainda, acrescentando que “se alguma vez uma denúncia não teve acolhimento pela Igreja, só posso pedir perdão por essa falha”.

D. Manuel Linda lembra que o caso está a ser investigado pela Comissão Independente, como “deve ser”, e que confia nesse trabalho de investigação.

De acordo com o jornal Correio da Manhã, a alegada vítima manteve uma relação amorosa com o sacerdote suspeito durante uma década, e já maior de idade ficou grávida de uma menina, que tem hoje sete anos, correndo um processo em tribunal para atribuição da guarda da criança.

O padre diz que as acusações contra si foram investigadas em 2015 “pelos órgãos judiciais competentes”, que “concluíram pela total inexistência de indício da prática do crime de abuso sexual de criança”, e que o caso foi arquivado em 2016.

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  • Ivo Pestana
    14 out, 2022 Madeira 15:15
    Ocultar também é crime, embora só Deus sabe quem fala a verdade. Muitos afastam-se por causa dos escândalos e as igrejas vão esvaziando.

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