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Camarões. Libertados nove cristãos raptados há seis semanas

26 out, 2022 - 09:55 • Olímpia Mairos

Bispo de Mamfe condena ataque e a profanação da Igreja de Santa Maria, assim como o rapto dos nove cristãos, classificando como “desumano” o tempo de cativeiro.

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Foram libertados os cinco padres, três leigos e uma religiosa raptados há seis semanas nos Camarões durante um ataque à igreja de Santa Maria, na aldeia de Nchang, na Diocese de Mamfe, que destruiu o templo, reduzindo-o a cinzas.

Em mensagem enviada à Fundação AIS, o bispo de Mamfe, D. Aloysius Fondang Abangalo, agradece todo o apoio recebido, expressando gratidão “a todos aqueles que se juntaram a nós neste esforço coletivo de oração pela segurança e libertação dos nossos irmãos e irmãs”.

Segundo um dos elementos do grupo, não terá sido pago qualquer resgate. O facto de estarem todos bem de saúde e de terem sido libertados, levou a Diocese de Mamfe a convocar os fiéis para um momento de oração e de agradecimento na Catedral.

O regozijo pela libertação destes nove cristãos, compreende-se também pelo facto de ter sido divulgado, e amplamente difundido, um vídeo onde se podiam ver os sequestrados no mato. Todos os reféns estavam em condições deploráveis e via-se também um dos sacerdotes a pedir ajuda.

O bispo de Mamfe condena veementemente o ataque e a profanação da Igreja de Santa Maria, assim como o rapto dos nove cristãos, classificando como “desumano” o tempo de cativeiro.

Recorde-se que após o ataque à igreja, o prelado deslocou-se ao templo, que sucumbiu ao calor das chamas, tendo retirado o sacrário

Os Camarões estão mergulhados num conflito ainda obscuro, conhecido como “a crise anglófona”. Uma crise que nasceu da vontade separatista das regiões onde predomina a língua inglesa, situadas especialmente a nordeste e sudoeste. Um conflito que ganhou relevo desde 2016 e já causou milhares de mortos e cerca de meio milhão de deslocados. E muita destruição. Nada nem ninguém parece escapar.

Segundo a AIS, o ataque à Igreja de Santa Maria “marca uma viragem neste conflito pela criação de um país que se chamará de República da Ambazónia. É que nunca, até agora, os rebeldes independentistas tinham atacado a Igreja ou raptado padres nesta luta que travam há vários anos”.

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