05 nov, 2022 - 15:21 • Aura Miguel
Num encontro festivo, com testemunhos e danças típicas a refletir o mosaico colorido do que é o reino do Bahrain, Francisco encontrou-se esta tarde com jovens, na única Escola católica do país, a Sacred Heart School.
Na saudação inicial, a Irmã Roselyn Thomas A.C., diretora desta Escola do Sagrado Coração, que assinala este ano o seu 75º aniversário da sua presença no país, definiu a instituição como “uma simbólica miniatura da co-existência pacífica e da cultura do acolhimento.”
Atualmente, com estudantes e funcionários de 29 nacionalidades e diferentes culturas, línguas e contextos religiosos, esta instituição é uma referência no país.
Antes do discurso papal, vários alunos deram testemunho da sua experiência.
O Tenente Abdulla Atiya (muçulmano), que estudou nesta instituição católica e atualmente está ao serviço na Guarda Real do Bahrain, testemunhou a sua experiência de convívio, diálogo e encontro, sem discriminações. “A Escola do Sagrado Coração revelou-se um ótimo exemplo de unidade e respeito recíproco”, afirmou o jovem oficial.
O Papa elogiou o atual contexto de convivência plural e de respeito mútuo no Bahrein e deixou aos jovens um desafio: “Sede campeões de fraternidade. Este é o desafio de hoje para vencer amanhã, o desafio das nossas sociedades cada vez mais globalizadas e multiculturais.” Nem sempre os instrumentos e a tecnologia da modernidade bastam para tornar o mundo pacífico e fraterno, recordou.
“Com tristeza constatamos que, em muitas regiões, as tensões e as ameaças aumentam e, por vezes, deflagram nos conflitos. Frequentemente, porém, isto acontece porque não se trabalha o coração, porque se deixam ampliar as distâncias em relação aos outros e, assim, as diferenças étnicas, culturais, religiosas e outras tornam-se problemas e temores que isolam, em vez de ser oportunidades para crescer juntos”, desabafou o Papa, concluindo que “as palavras não bastam; há necessidade de gestos concretos realizados no dia a dia”.
Neste contexto islâmico onde se encontra, Francisco elogiou a sociedade do Bahrain, pela sua “notável riqueza de credos, tradições e línguas diferentes que, podem tornar-se «ginásios de fraternidade»” e pediu saibam "harmonizá-las na única linguagem do amor, como verdadeiros campeões de fraternidade!"
No final do encontro, seis estudantes de diferentes origens, língua e religião rezaram pela paz, invocando de Deus “a concórdia e harmonia no mundo para que nos corações dos líderes mundiais e em todas as terras prevaleça o amor e a paz”