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Apoio alimentar no limite. Instituições receiam eventual rutura

05 nov, 2022 - 11:40 • Henrique Cunha

“Estamos muitos preocupados com o que vai acontecer nos próximos meses”, alerta o responsável da Cáritas do Porto.

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O número de pedidos de ajuda de emigrantes junto da Cáritas do Porto duplicou nos últimos três meses. À Renascença, o presidente Paulo Gonçalves alerta para esta realidade, que “acentua o aumento de dificuldades” por causa do consecutivo aumento da inflação.

De acordo com este responsável da Cáritas Diocesana do Porto, os pedidos de ajuda - de pessoas em nome individual, de famílias ou de outras instituições -, têm aumentado de forma muito significativa nos últimos meses.

“Estamos muitos preocupados com o que vai acontecer nos próximos meses”, sublinha.

Paulo Gonçalves diz que a esmagadora maioria das pessoas apoiadas são portuguesas, mas revela que se vem assistindo também “a um aumento muito expressivo dos pedidos de ajuda de cidadãos estrangeiros que estão a trabalhar no país, sobretudo, gente que vive da economia informal”.

O responsável refere que em poucos meses os pedidos de ajuda duplicaram. “Diria que no que se refere aos cidadãos estrangeiros, no primeiro semestre deste ano a Cáritas ajudou 100 famílias, mas de julho até setembro aumentou mais 100 famílias”.

Só no Porto, há 200 pessoas em lista de espera para apoio alimentar e o Centro Porta Amiga da AMI que gere o programa público de distribuição de cabazes no concelho. Contudo, Paulo Gonçalves admite que podem passar-se meses até que seja possível acudir a esses casos.

Para agudizar a situação, o facto de ao aumento de pedidos de ajuda não se verificar uma tendência de subida das dádivas às instituições que prestam apoio. Este responsável apela, por isso, à solidariedade, até porque “nós continuamos a depender da boa vontade das pessoas, porque só dessa forma podemos continuar no terreno a ajudar quem mais necessita”.

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