07 nov, 2022 - 12:28 • Olímpia Mairos
A Comissão das Conferências Dos Bispos da União Europeia (Comece) pede à União Europeia que “garanta um acesso justo à energia acessível para todos, especialmente para os mais vulneráveis, sem perder de vista os objetivos de longo prazo de uma transição energética justa e sustentável”.
Na declaração divulgada esta segunda-feira, sobre a atual crise energética, os bispos europeus lembram que no contexto da agressão militar russa contra a Ucrânia, a dependência excessiva da União Europeia sobre um fornecedor de petróleo e gás permitiu a armação do fornecimento de energia pela Rússia.
“Esta situação não só reforçou a insegurança energética na Europa, mas também resultou no aumento dos preços impactando negativamente todas as sociedades da UE, em particular os seus membros mais vulneráveis”, alertam.
Segundo os bispos, “enquanto algumas empresas estão falidas, outras estão a demitir trabalhadores, e muitas pessoas não são mais capazes de lidar com o aumento do custo de vida”.
Com o inverno a aproximar-se, a Comece pede solidariedade coletiva, convidando “cada membro das nossas sociedades a cuidar uns dos outros e a buscar um consumo de energia responsável”.
Os responsáveis católicos apelam, em particular, aos decisores das políticas da UE, instando-os a abordar a emergência atual, mas também “a não perderem de vista os objetivos de longo prazo de uma transição energética justa e sustentável”.
Neste contexto, sugerem três princípios de orientação: destino universal de mercadorias; opção preferencial pelos pobres; justiça e paz.
Aos decisores políticos é ainda pedido que garantam “energia acessível e acessível às pessoas mais afetadas através de medidas temporárias de mitigação”, priorizem a “eficiência energética”, procurem “parcerias energéticas responsáveis e baseadas em valores”, e que estabeleçam as “bases de um novo sistema energético global regido pelos princípios da justiça, da solidariedade, da participação inclusiva e do desenvolvimento sustentável”.
A declaração dos bispos culmina com um apelo “sincero pela paz na Ucrânia e em toda a Europa”.