26 nov, 2022 - 14:56 • Ecclesia
O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, no Vaticano, os membros da Direção Central Anticrime Italiana e disse-lhes “que infelizmente, as crónicas diárias trazem notícias de violência contra as mulheres e meninas” e que eles são “o ponto de referência institucional para combater esta dolorosa realidade”
Neste encontro, que surge na sequência da comemoração do "Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher", que se celebra no dia 25 de novembro, o Papa Francisco agradeceu-lhes o trabalho que realizam “com empenho profissional e humano”, chamando a atenção de todos para a necessidade “de se unirem forças para atingir o objetivo de uma maior dignidade e civilização”, lê-se no site VaticanNews.
“Há muitas mulheres entre vocês, e este é um grande recurso, que pretendem “ajudar outras mulheres, as ouvem, entendem e apoiam”, disse
“É necessário uma boa preparação psicológica”, afirmou Francisco, para enfrentar este desafio, “mas também espiritual, para manter serenidade e calma, diante das vítimas de violência brutal”.
Neste contexto citou o exemplo de algumas mulheres cristãs, que “merecem veneração como mártires: Ágata e Lúcia, Maria Goretti e Irmã Maria Laura Mainetti”.
No âmbito institucional, o Papa recordou outro aspeto importante: “muitas denúncias de violência não recebem justiça imediata, correndo o risco de se tornar justicialismo”.
“O Estado deve acompanhar os casos, em todas as suas etapas, para que a vítima possa obter uma rápida justiça”.
Neste sentido, recordou ainda que as mulheres sejam “salvaguardadas” e “resguardadas das ameaças e também das recaídas, sobretudo após uma eventual condenação”.
“É preciso unir nossas forças, colaborar, fazer rede, não apenas defensiva, mas, sobretudo, preventiva, para eliminar este flagelo social, ligado a atitudes culturais, mentalidade e preconceitos enraizados”.
O Papa Francisco concluiu o seu discurso aos membros da Direção Central Anticrime italiana, fazendo um apelo para que este tipo de testemunho seja apresentado “às crianças nas escolas, grupos desportivos, oratórios, associações, mediante verdadeiras histórias de libertação e cura de tantas mulheres que saíram do túnel da violência”.