27 nov, 2022 - 16:47 • Ângela Roque
A Cáritas Portuguesa está preocupada com a “insuficiência de apoios públicos para a ação social” e diz que há uma “manifesta dificuldade de diálogo e articulação” por parte do Instituto da Segurança Social. Em comunicado enviado à Renascença, a instituição católica sublinha mesmo que esta situação dificulta a ajuda “com dignidade” aos “mais vulneráveis”. A posição é assumida no final do Conselho Geral da Cáritas, que se reuniu no Funchal durante três dias para perspetivar 2023.
Uma das principais dificuldades previstas está relacionada com o impacto crescente do fluxo migratório e das ajudas que podem ser dadas. “Ficaram evidenciadas como principais dificuldades a habitação, seja pelos valores elevados, como pela sua precariedade”, lê-se no comunicado, que sublinha ainda a “desresponsabilização dos serviços públicos e o difícil acesso ao emprego”.
Na abertura dos trabalhos, na sexta-feira, o bispo de Santarém, que preside à Comissão Episcopal da Pastoral Social, realçou o “empenho da rede nacional da Cáritas”, cuja ação se renova a cada momento, tornando-se “uma marca credível de cuidado”. D. José Traquina fez, ainda, questão de sublinhar o trabalho internacional da rede cáritas, que tem 162 organizações presentes em 200 países.
Neste encontro esteve em debate um projeto de alteração dos estatutos da Cáritas Portuguesa - que não está ainda fechado -, e foi aprovada a revisão do Plano Institucional de Resposta a Emergências e Catástrofes (PIREC), que apoia a rede cáritas na sua intervenção neste âmbito, ao nível nacional e internacional.
Em 2023 a Semana Nacional da Cáritas – em que habitualmente se realiza o peditório de rua, interrompido na pandemia – irá decorrer entre os dias 5 e 12 de março e terá como tema central ‘Cáritas, o Amor que Transforma’.