26 nov, 2022 - 23:18 • Teresa Paula Costa
O comité Organizador da Jornada Mundial da Juventude decidiu alterar o formato de uma das atividades previstas. As “Catequeses” agendadas para os dias de quarta, quinta e sexta-feira, no âmbito dos “Dias das Dioceses” vão ser substituídas pelos “Encontros com o Bispo”.
O anúncio desta alteração no formato da JMJ foi feito este sábado, pelo Presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude, na sessão de apresentação do tema do novo ano pastoral do Santuário de Fátima.
Considerando que a palavra “catequese” está conotada com alguns momentos menos agradáveis da vida das pessoas, D. Américo Aguiar revelou que “o encontro com os bispos é sempre muito avaliado positivamente”, mas o que as pessoas revelavam não gostar “é de alguma metodologia que alguns de nós aplicávamos nesses encontros”.
“O esquema das jornadas até hoje nunca teve previsto que os jovens falassem”, lamentou o bispo auxiliar de Lisboa. “Foi sempre chegar, ouvir, comer, beber, dormir, rezar, dançar, encontrar… falar nunca, e achámos que seria importante criar oportunidade de que os jovens pudessem falar”, ou seja, “de uma forma organizada, serem ouvidos, porque o Papa está sempre a dizer para escutar os gritos da Mãe Terra, da humanidade”. “E os gritos dos jovens?” questionou o bispo.
Para tal, os jovens “vão ser provocados” a partir de janeiro a refletirem nos seus países, para falarem das encíclicas Laudate Si e Fratelli Tutti e ainda sobre a nova economia de Francisco, para que, ao participarem no encontro com o bispo da diocese de acolhimento, em Portugal, “não seja uma participação improvisada".
Os “Encontros com o bispo” a realizar em cada diocese, começarão com a intervenção dos jovens, na presença do bispo respetivo, que falará de seguida, terminando a sessão com a celebração da Missa.
“Estamos a trabalhar para que, depois, juntando as participações dos jovens, possa ser feito um documento, uma declaração ou resumo daquilo que foram os ‘gritos’ dos jovens e possa ser entregue ao Papa para o Sínodo que decorrerá em outubro de 2023”, acrescentou.
Na sessão de apresentação do tema do novo ano pastoral no santuário de Fátima, D. Américo Aguiar pediu a todos os presentes “entrega e dedicação” durante o tempo que antecede e procede a jornada, pois “jovens do mundo inteiro têm nas suas intenções experienciar Fátima”.
Considerando que “o desafio que temos todos pela frente é o esforço suplementar de nos organizarmos antecipadamente para que os grandes fluxos de jovens que acorrem a Fátima possam ser acolhidos”, o presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude mostrou estar confiante pois o santuário de Fátima “está habituado a grandes multidões e a visitas papais”.
“O Santuário de Fátima será ponto central de interesse dos jovens que vêm à Jornada Mundial da Juventude”, por isso “será normal que todos os grupos de jovens estrangeiros que venham aos dias nas dioceses passem em Fátima”.
Para este novo ano pastoral, o tema escolhido pelo santuário de Fátima foi o do próprio tema da Jornada Mundial da Juventude: “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.
“Este tema exorta-nos a imitar Maria na urgência de procurarmos Deus e no cuidado solícito pelos outros”, referiu o reitor do Santuário de Fátima, salientando que tal como Maria “também nós somos desafiados a levantarmo-nos e a partir apressadamente para testemunhar a nossa fé”.
“Ao lermos o tema deste ano à luz da mensagem de Fátima, descobrimos o intrínseco dinamismo missionário sem fronteiras que a mensagem encerra e somos desafiados a assumir esse dinamismo na nossa própria vida”, considerou o padre Carlos Cabecinhas.
Este ano, prosseguiu o sacerdote, “exorta também a redescobrir o lugar do Coração de Jesus e do Coração Imaculado de Maria na vida dos crentes e dos devotos de Nossa Senhora”.
“Na mensagem de Fátima, aparecem sempre intimamente unidos, pois o coração da Mãe aponta sempre para Jesus e conduz ao seu Coração misericordioso”.
Além de vários materiais gráficos que dão suporte ao tema, a nível da formação e da reflexão, o santuário preparou um ciclo de “Encontros na Basílica” de Nossa Senhora do Rosário e um Curso de Verão para investigadores, além de uma série de propostas variadas de formação e vivência espiritual, nomeadamente na Escola do Santuário.
A nível cultural, está previsto decorrer um programa musical ao longo de todo o ano.