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Cólera agrava situação já dramática na Síria, alerta bispo de Alepo

28 nov, 2022 - 09:40 • Olímpia Mairos

Num contexto de enorme pobreza e com infraestruturas na área da saúde destruídas ou não totalmente operacionais em resultado dos quase 12 anos de guerra civil, o surto de cólera é mais um sinal preocupante a que a Igreja está a dar toda a atenção.

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O arcebispo greco-melquita de Alepo mostra-se muito preocupado com o aparecimento de diversos surtos de cólera em todas as 14 províncias da Síria.

O surto estará relacionado com a utilização de água imprópria para consumo e já causou, segundo os últimos dados divulgados pelas Nações Unidas, mais de 90 mortos, havendo mais de 35 mil casos suspeitos já relatados às autoridades.

Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), D. Georges Masri revelou a sua inquietação especialmente pelos idosos e pelas populações mais pobres da Síria.

“A situação afeta especialmente os idosos, devido ao aumento do preço dos remédios. Muitos deles precisam tomar vários medicamentos todos os dias, para diversas doenças”, explica.

Depois da pandemia de Covid-19, este surto de cólera, detetado já em todas as províncias, vem agravar o quadro já muito negativo na área da saúde, tendo em conta que no país a guerra destruiu hospitais e unidades de saúde, encerrou fábricas estatais de medicamentos e elevou o custo das operações médicas.

Muitas famílias têm optado por não comprar os medicamentos de que precisam ou de realizar as intervenções médicas necessárias por falta absoluta de recursos financeiros.

Segundo a Igreja, a situação está a ganhar contornos assustadores e, por isso, está a reforçar o seu empenho na Pastoral da Saúde e no trabalho junto dos doentes.

Em apoio a este serviço aos mais carenciados está também a AIS, nomeadamente através da construção de uma farmácia em Alepo para ajudar na distribuição de medicamentos à população. Apesar de ser uma farmácia da Igreja católica, ela está aberta a todo o publico.

A situação particularmente vulnerável dos idosos também tem merecido uma atenção especial. O arcebispo greco-melquita de Alepo fala num esforço grande para que os mais velhos possam ter uma vida tão normal quanto possível, apesar das dificuldades extremas que o país atravessa.

Uma das iniciativas levadas a cabo pela Igreja em Alepo, realizada com o apoio de grupos de leigos e de escuteiros, foi proporcionar momentos de lazer aos mais idosos, contribuindo para a melhoria da sua saúde física e espiritual.

“Tem sido incrível para eles”, diz o bispo, referindo que “eles regressam a casa carregados de energia”.

Para ajudar as populações a Síria, mas também do Líbano, a Fundação AIS em Portugal tem em marcha uma campanha de solidariedade para com os cristãos destes dois países.

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