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Bispos portugueses vão analisar relatório sobre abusos sexuais na Igreja em março de 2023

13 dez, 2022 - 21:05 • Lusa

No início do mês, o coordenador da comissão independente que investiga as denúncias de abusos sexuais na Igreja, Pedro Strecht, anunciou que o documento será apresentado publicamente em 16 de fevereiro.

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou esta terça-feira a realização de uma assembleia plenária extraordinária em 3 de março de 2023 para analisar o relatório sobre os abusos sexuais de crianças na Igreja Católica produzido pela comissão independente.

A decisão foi tomada na reunião do conselho permanente da CEP que se realizou `online´ por impossibilidade de deslocação dos membros a Fátima devido ao mau tempo que atingiu o país.

“O conselho fez o ponto da situação sobre o processo de estudo, em curso, sobre os abusos sexuais de menores na Igreja Católica em Portugal, e cujo relatório será entregue, em fevereiro de 2023, pela Comissão Independente. No final do retiro do episcopado, em 3 de março, está prevista a realização de uma assembleia plenária extraordinária para analisar o referido relatório”, adiantou a CEP em comunicado.

No início deste mês, o coordenador da comissão, Pedro Strecht, anunciou que o relatório vai ser apresentado publicamente em 16 de fevereiro em Lisboa, uma data acordada com a CEP, a entidade que o solicitou.

Segundo a última comunicação pública, que ocorreu em 11 de outubro, a comissão independente tinha recebido 424 testemunhos, revelou na altura Pedro Strecht, assumindo que a maior parte dos crimes reportados já prescreveu.

“O número mínimo de vítimas será muitíssimo maior do que as quatro centenas e os abusos compreendem todas as formas descritas na lei portuguesa”, disse na ocasião.

Na reunião de hoje, o conselho permanente da CEP expressou ainda a “sua solidariedade para com todos os cidadãos que estão a ser mais atingidos pelo mau tempo que assola o país” e reconheceu o esforço das autoridades, da proteção civil, dos bombeiros e de outras instituições na resposta às situações de emergência.

Sobre a aprovação da despenalização da eutanásia pela Assembleia da República, o conselho reiterou a sua "tristeza por essa decisão” e disse esperar que o diploma aprovado possa ainda ser alterado, “dado o processo legislativo não estar ainda concluído”.

A Assembleia da República aprovou na sexta-feira a despenalização da morte medicamente assistida em votação final global, pela terceira vez, com votos da maioria da bancada do PS, IL, BE, e deputados únicos do PAN e Livre e ainda seis parlamentares do PSD.

O conselho permanente da CEP decidiu também, em resposta a um pedido do arcebispo de Kiev, Ucrânia, lançar uma campanha de angariação de fundos junto das dioceses e outras instituições eclesiais nacionais.

Este pedido “urgente” de apoio financeiro para a Igreja ucraniana deve-se à situação do Seminário Maior da Santíssima Trindade com os seus 105 seminaristas e todas as instituições que dele dependem, bem como à missão dos 370 padres que “passam grandes dificuldades no apoio às populações”, adiantou o comunicado.

Todos os donativos serão entregues nos próximos dias diretamente à arquidiocese de Kiev através do secretariado-geral da CEP.

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