13 dez, 2022 - 11:39 • Olímpia Mairos
O último relatório do Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC) dá conta de mais de meio milhar de incidentes classificados como crimes de ódio contra os cristãos ao longo do ano passado.
De acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a investigação, que procurou detalhar “casos de intolerância e discriminação” na Europa contra a comunidade cristã, concentrou-se em 19 países e analisou situações de vandalismo, roubo ou, por exemplo, incêndios criminosos.
França foi o país que registou mais ocorrências, com 124 casos que podem ser classificadas como “crimes de ódio”. Segue-se a Alemanha com 112 casos, Itália, com 92 casos, Polónia, com 60, Reino Unido com 40, Espanha com 30, e Áustria com 20. Bélgica, Irlanda e Suíça são países também identificados, mas não ultrapassando, cada um deles, a dezena de casos.
O relatório anual do OIDAC, uma organização não governamental sediada em Viena, na Áustria, destaca também situações de “marginalização que os cristãos enfrentam na Europa”.
Recorde-se que já em janeiro de 2021 o presidente executivo internacional da Fundação AIS alertava para a hostilidade em relação aos crentes no espaço europeu.
“Em muitos países do mundo, embora não haja perseguição pública visível há cada vez mais ressentimento e hostilidade em relação aos crentes. Isto está a tornar-se cada vez mais evidente na Europa”, disse Thomas Heine-Geldern.
No entender do responsável, “os cristãos de hoje são confrontados em duas frentes com um ataque radical e profundamente enraizado”, havendo a tentativa de “destruir as raízes cristãs da sociedade e construir uma sociedade exclusivamente individualista sem Deus.”
Os números apresentados neste relatório representam, apesar de tudo, uma queda significativa em relação a 2020, em que quase foram reportados mil casos que podem ser classificados como intolerância e discriminação contra os cristãos na Europa.
A AIS assinala ainda como um sinal positivo o facto de este ano o Parlamento Europeu permitir, pela primeira vez, a instalação de um presépio que ficará exposto na instituição europeia até ao dia 6 de janeiro de 2023.