20 dez, 2022 - 12:56 • Olímpia Mairos
A Cáritas e a Eurodiaconia apelam à União Europeia e aos governos que “invistam em prestadores de serviços sociais sem fins lucrativos” no sentido de ajudar os que mais precisam.
De acordo com um relatório divulgado esta terça-feira, citado pela agência SIR, “num ano, o número de pessoas que bateram à porta dos centros Cáritas e da Eurodiaconia a pedir apoio aumentou 40%”.
O inquérito foi realizado em 18 países europeus pelas duas redes de apoio social - a primeira católica, a segunda de inspiração cristã. Em conjunto, reúnem 107 organizações e prestam apoio a mais de 35 milhões de pessoas todos os anos.
O aumento do custo de vida nos últimos meses “está a ter um forte impacto” sobretudo nas famílias monoparentais, reformadas e jovens, ou seja, pessoas com baixos rendimentos, que já não conseguem fazer face às necessidades básicas (aquecer a casa, comprar comida ou pagar a renda).
Segundo o relatório, o aumento dos pedidos de ajuda foi particularmente elevado na Cáritas France (+60% de novos beneficiários), na Cáritas Finlândia (+75%) e na Missão da Cidade de Estocolmo (+50%). No que toca a Portugal, os pedidos de ajuda cresceram até 90% na Cáritas da Diocese de Évora.
Temendo que a situação se agrave em 2023, tendo em conta que as pessoas vão esgotar as suas economias para cobrir os custos crescentes, as duas entidades defendem que é necessário avançar, desde já, com “tarifas sociais, melhorar a eficiência energética e reduzir o IVA alimentar”.
Pedem também aos governos que “introduzam ou atualizem com urgência regimes de rendimento mínimo e salário mínimo, melhorem o acesso a preços acessíveis e adequados à habitação e tornem o transporte público mais acessível”.