31 dez, 2022 - 19:00 • Redacção com Agência Ecclesia
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O Papa emérito Bento XVI
pede no seu testamento espiritual, divulgado na tarde deste sábado pelo Vaticano, que os
católicos permaneçam “firmes na fé”.
“Permaneçam firmes na fé! Não se deixem confundir! Muitas vezes parece que a ciência - as ciências naturais por um lado e a pesquisa histórica (em particular a exegese da Sagrada Escritura) por outro - são capazes de oferecer resultados irrefutáveis, em contraste com a fé católica”, assinala o texto, escrito originalmente em alemão, a 29 de agosto de 2006, no segundo ano do pontificado de Bento XVI.
O testamento espiritual inclui um pedido de desculpas: "A todos aqueles a quem prejudiquei de alguma forma, peço sinceramente perdão”, escreve.
"Se nesta hora tardia da minha vida eu olhar para as décadas que caminhei, a primeira coisa que vejo é quantos motivos tenho para agradecer."
Bento XVI, conhecido pelo seu trabalho teológico, destaca no documento a “razoabilidade da fé”.
“Tenho vivido as transformações das ciências naturais desde tempos remotos e pude ver como, pelo contrário, desapareceram as certezas aparentes contra a fé, revelando-se não ciência, mas interpretações filosóficas apenas aparentemente devidas à ciência; assim como, aliás, é no diálogo com as ciências naturais que também a fé aprendeu a compreender melhor o limite do alcance das suas afirmações e, portanto, a sua especificidade”, refere.
"A todos aqueles a quem prejudiquei de alguma forma, peço sinceramente perdão."
Bento XVI sustenta que Jesus Cristo “é verdadeiramente o caminho, a verdade e a vida - e a Igreja, com todas as suas deficiências, é verdadeiramente o Seu corpo”.
O texto deixa agradecimentos à família, à Alemanha, terra natal de Joseph Ratzinger, e à Itália, “segunda pátria”.
“Por fim, peço humildemente: rezem por mim, para que o Senhor, apesar de todos os meus pecados e faltas, me acolha nas moradas eternas. Para todos aqueles que me foram confiados, vai a minha oração sincera, dia a dia”, conclui.
O funeral de Bento XVI vai ser presidido pelo Papa Francisco, a 5 de janeiro, na Praça de São Pedro, a partir das 8h30.
"Agradeço aos meus pais, que me deram a vida num momento difícil."