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Instituições alertam para drama das conversões forçadas de raparigas no Paquistão

04 jan, 2023 - 08:03 • Olímpia Mairos

De acordo, com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o número de casos tem vindo a crescer de forma alarmante.

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A Comissão Nacional de Justiça e Paz do Paquistão pediu ao Governo, juntamente com mais cerca de três dezenas de organizações da sociedade civil, para olhar com atenção para o drama das conversões forçadas de jovens raparigas e mulheres.

De acordo, com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o número de casos tem vindo a crescer de forma alarmante.

Embora “num relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Centro para a Justiça Social, com sede em Lahore” tenha reportado, em julho, 78 casos de conversões forçadas durante o ano de 2021”, a AIS frisa que “deve haver um número substancialmente maior, pois muitos casos nunca são tornados públicos dado o constrangimento social que provocam”.

“A questão das conversões forçadas de raparigas cristãs só terá uma maior visibilidade na justiça paquistanesa se for colocada na perspetiva mais ampla do rapto e casamento forçado de menores”, escreve a fundação pontifícia, sublinhando que a comunidade cristã, uma das mais atingidas por este flagelo, “tem procurado criar condições para ajudar as raparigas que conseguem escapar aos seus raptores, assim como as suas famílias, que precisam muitas vezes também de apoio ao nível jurídico para a anulação dos matrimónios não consentidos”.

Segundo a fundação pontifícia, as conversões forçadas no Paquistão representam “um dos dramas mais graves por que passam as minorias religiosas, nomeadamente os hindus e os cristãos”.

“A pobreza, a falta de instrução e o baixo estatuto social tornam estas raparigas menores de idade mais vulneráveis. E tudo isto acontece num ambiente de grande opacidade”, acrescenta, sinalizando que a própria lei, datada de 1929, e que impõe uma idade mínima para o casamento – raparigas, 16 anos, e rapazes, 18 anos – “é muitas vezes ignorada pelas autoridades face a situações concretas de sequestro”.

“Mas há um outro problema. É que não há restrições de idade para a conversão ao Islão, e os certificados emitidos por escolas religiosas ou clérigos são imediatamente apresentados como prova suficiente para a validação de uma conversão”, conclui.

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