31 jan, 2023 - 15:40 • Aura Miguel , enviada da Renascença a Kinshasa
O Papa chegou a Kinshasa, na primeira etapa de uma viagem de sete dias que o levará também ao Sudão do Sul, mas durante o voo lembrou o sofrimento dos migrantes que morrem ao tentar atravessar o Saara.
“Tenhamos um pensamento silencioso, uma oração por todos aqueles que, procurando um pouco de bem-estar e liberdade, atravessaram o deserto e não conseguiram sobreviver”, disse após saudar os jornalistas que o acompanhavam a bordo.
Apelou ainda aos fiéis que orem por “todas as pessoas sofredoras que chegaram ao Mediterrâneo, atravessarem o deserto e são apanhadas e levadas para campos de trabalho onde ainda permanecem, a sofrer”.
Antes, o Papa agradeceu aos jornalistas todo o interesse por esta viagem e o trabalho cansativo que envolve. Numa breve declaração manifestou a sua alegria por visitar este país, após o adiamento da viagem agendada para julho.
Lamentou não poder ir à zona leste, à cidade de Goma, no Norte Kiwu como gostaria, mas reconhece que é perigoso.
Durante a habitual saudação aos jornalistas, o Papa manteve-se sentado e cada profissional de comunicação é que o foi saudar.
Depois de aterrar no aeroporto internacional de Kinshasa e dos habituais cumprimentos protocolares, o Papa deteve-se num monumento às vítimas da violência que morreram na República Democrática do Congo em missões humanitárias.
Depois, o Santo Padre seguiu para o “Palácio das Nações”, no papamóvel, onde, durante o caminho, foi aclamado com grande entusiasmo por milhares de pessoas.
Ao longo dos 25 km do percurso, grupos compactos de várias paróquias, com cartazes enormes de boas-vindas e crianças com a farda da escola, alinhadas por tamanhos, à beira da estrada, acenaram bandeirinhas e gritaram vivas ao Papa.
Entre os adultos, muitas mulheres com capolanas coloridas dançaram de alegria.
A 40.ª viagem internacional de Francisco, de 86 anos, que se antevê como particularmente desafiante devido aos seus problemas de mobilidade, esteve agendada para julho do ano passado, mas uma dor no joelho provocou o seu adiamento e, desde então, a situação de segurança na região tornou-se mais complicada em ambos os países.