04 fev, 2023 - 14:59 • Aura Miguel , enviada da Renascença ao Sudão do Sul
É superiora das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e vive em Juba. Por causa da violência gerada pelos sucessivos confrontos, a comunidade da irmã Alice Drajea já se viu obrigada a sair várias vezes do Sudão do Sul para se refugiar no vizinho Uganda, levando consigo as crianças abandonadas, vítimas da guerra.
Depois, quando a situação melhora, regressam à capital para prosseguir a sua missão.
Como é a vossa vida em Juba?
A vida é difícil, faltam as necessidades básicas como a água. Compramos água aos camiões-tanques e demora muito conseguir eletricidade, por isso, precisamos de recorrer a geradores. E, para estes, nem sempre temos combustível: é difícil obter e, por vezes quando há combustível, só fica disponível para o exército.
Não é fácil. E, como a maioria da comida vem de outros países, como o Uganda e o Quénia, quando cá chega, os preços são muito elevados.
Mas o país tem petróleo…
Não sabemos, ouvimos dizer que o país tem petróleo, mas não sabemos para onde vão os lucros. Não sei por onde anda o dinheiro do petróleo. Se é verdade, o Estado devia canalizar alguns desses lucros e ajudar-nos a pagar as escolas que temos e o trabalho que as irmãs fazem.
O que espera desta visita do Papa?
Como pode ver, este acontecimento juntou todas as confissões e trouxe uma grande unidade. Vejo um reforço da unidade entre os crentes. Rezamos para que os nossos líderes tenham mais sabedoria e coragem para poderem tomar decisões muito difíceis, com vista resolverem os problemas deste país e trazerem a paz para todos