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Abusos na Igreja. Pelo menos 4.815 vítimas e 512 testemunhos validados pela Comissão Independente

13 fev, 2023 - 09:39 • Cristina Nascimento

Segundo Pedro Strecht, a lista dos padres abusadores que ainda estão no ativo será entregue até ao final do mês à Conferência Episcopal Portuguesa.

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Comissão Independente valida 512 denúncias de abusos na Igreja
Comissão Independente valida 512 denúncias de abusos na Igreja

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A Comissão Independente validou um total 512 testemunhos de abuso sexual na Igreja Católica nas últimas décadas. O número foi avançado por Pedro Strecht, coordenador desta comissão, na apresentação do relatório final, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

O pedopsiquiatra revelou que "foram recebidos um total de 564 [testemunhos]. Estes testemunhos, como depois iremos explicar com toda a cautela, permitem chegar a uma rede de vítimas muito mais extensa, calculada num número mínimo de 4.815 vítimas", adiantou.

A Comissão Independente garante que a lista dos padres abusadores que ainda estão no ativo será entregue até ao final do mês à Conferência Episcopal Portuguesa.

Segundo o Pedro Strecht, coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, a atual média de idades das vítimas é de 52 anos, destacando, no entanto, que 20,2% da amostra tem atualmente menos de 40 anos.

A maioria das vítimas é do sexo masculino (52%) e 47% do sexo feminino. Pedro Strecht revelou ainda que há denúncias de casos ocorridos em todos os distritos.

"Contactaram-nos, em cerca de 85% dos casos, pessoas residentes em Portugal mas também emigradas Europa, América e África", detalhou também.

Ainda de acordo com os dados agora apresentados, as vítimas tinham, em média, 11,2 anos quando começaram a ser abusadas. Pedro Strecht revelou ainda que "não é possível quantificar o número total de crimes, porque a maioria das crianças foi abusada mais do que uma vez".

Foram também identificados os locais mais comuns onde ocorreram os abusos: seminários, colégio internos e lares de acolhimento, confessionário, sacristia e na casa do pároco.

O relatório final foi apresentado na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Se foi vítima de abuso ou conhece quem possa ter sido, não está sozinho e há vários organismos de apoio às vítimas a que pode recorrer:

- Serviço de Escuta dos Jesuítas , um “espaço seguro destinado a acolher, escutar e apoiar pessoas que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.

Telefone: 217 543 085 (2ª a 6ª, das 9h30 às 18h) | E-mail: escutar@jesuitas.pt | Morada: Estrada da Torre, 26, 1750-296 Lisboa

- Rede Care , projeto da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que “apoia crianças e jovens vítimas de violência sexual de forma especializada, bem como as suas famílias e amigos/as”.

Com presença em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Santarém, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores.

Telefone: 22 550 29 57 | Linha gratuita de Apoio à Vítima: 116 006 | E-mail: care@apav.pt

- Comissões Diocesanas para a Protecção de Menores . São 21 e foram criadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.

São constituídas por especialistas de várias áreas, recolhem denúncias e dão “orientações no campo da prevenção de abusos”.

Podem ser contactadas por telefone, correio ou email.

Para apoiar organizações católicas que trabalham com crianças:

- Projeto Cuidar , do CEPCEP, Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica

Se pretende partilhar o seu caso com a Renascença, pode contactar-nos de forma sigilosa, através do email: partilha@rr.pt

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  • ze
    13 fev, 2023 aldeia 12:07
    Esses padres abusadores de crianças deveriam ser presos com pena máxima,destruiram a confiança de todos neles e na própria igreja, e automáticamente serem expulsos da prática religiosa,não passam de pedófilos.

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