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Abusos na Igreja

Bispo do Porto diz que abusos são "absolutamente hediondos e inqualificáveis”

16 fev, 2023 - 10:28 • Henrique Cunha

Numa mensagem na página da diocese, D. Manuel Linda volta a retratar-se e admite que, por vezes, no passado, não usou a linguagem mais apta para exprimir o que sentia e o que pensava. O prelado assegura: “Tudo farei para punir e pôr cobro a este flagelo."

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O bispo do Porto, D. Manuel Linda, publicou uma declaração na página da diocese em que diz sofrer e chorar pelas vítimas de atos que classifica de “hediondos, inqualificáveis e que têm de ser combatidos com toda a nossa energia”.

D. Manuel Linda reconhece que “as vítimas não estavam a recorrer às Comissões Diocesanas” para denunciar situações de abuso e afirma que “o resultado deste estudo demonstra a oportunidade e a urgência da criação da Comissão Independente por parte da Conferência Episcopal Portuguesa”.

O bispo volta a retratar-se, admitindo que, por vezes, no passado, não usou a linguagem mais apta para exprimir o que sentia e o que pensava, mas assegura: “Tudo farei para punir e pôr cobro a este flagelo."

“Nós, homens e mulheres da Igreja, que entregámos a nossa vida para servir o próximo, não podemos aceitar que os comportamentos de alguns clérigos ponham em causa os mais básicos valores da fé cristã”, afirma.

O bispo reconhece que “o pedido de perdão às vítimas, não chega, não resolve, nem apaga os atos hediondos do passado. Não obstante, é o mínimo que, neste momento, posso fazer, mais uma vez, em nome desta Diocese do Porto”.

“Como sempre tem acontecido, cumprirei exemplarmente as normas emanadas da Conferência Episcopal Portuguesa e da Santa Sé, relativamente a este assunto. A Diocese do Porto já deu e continuará a dar passos no sentido de erradicar todo e qualquer género de abusos cometidos sobre menores e frágeis. Pessoalmente, tudo continuarei a fazer para que estes casos jamais se voltem a repetir”, garante D. Manuel Linda.


Se foi vítima de abuso ou conhece quem possa ter sido, não está sozinho e há vários organismos de apoio às vítimas a que pode recorrer:

- Serviço de Escuta dos Jesuítas, um “espaço seguro destinado a acolher, escutar e apoiar pessoas que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.

Telefone: 217 543 085 (2ª a 6ª, das 9h30 às 18h) | E-mail: escutar@jesuitas.pt | Morada: Estrada da Torre, 26, 1750-296 Lisboa

- Rede Care, projeto da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que “apoia crianças e jovens vítimas de violência sexual de forma especializada, bem como as suas famílias e amigos/as”.

Com presença em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Santarém, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores.

Telefone: 22 550 29 57 | Linha gratuita de Apoio à Vítima: 116 006 | E-mail: care@apav.pt

- Comissões Diocesanas para a Protecção de Menores. São 21 e foram criadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.

São constituídas por especialistas de várias áreas, recolhem denúncias e dão “orientações no campo da prevenção de abusos”.

Podem ser contactadas por telefone, correio ou email.

Para apoiar organizações católicas que trabalham com crianças:

- Projeto Cuidar, do CEPCEP, Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica

Se pretende partilhar o seu caso com a Renascença, pode contactar-nos de forma sigilosa, através do email: partilha@rr.pt

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  • Desabafo Assim
    16 fev, 2023 Porto 11:59
    Importa não perder a objetividade, de igual valor é o tio que a avó encobre, içamos todos este enorme icebergue. Uma única, seja aqui seja acolá, são reminiscências vivas da geração anterior que todos sabemos nos terem sido apagados, de forma rigorosa, da face do nosso planeta, facto (faltam milhares de anos de história da humanidade sete mil anos é uma bagatela).

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