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Papa pede que o tráfico de seres humanos no Mediterrâneo seja travado

05 mar, 2023 - 12:15 • Aura Miguel

Francisco pede fim de "tragédias" como o naufrágio que a 26 de fevereiro vitimou dezenas de migrantes, incluindo vários menores, nas costas da Calábria.

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No final do Angelus desta manhã, o Papa Francisco deixou um veemente apelo contra o tráfico humano.

O Papa rezou pelas vítimas do mais recente naufrágio em Crotone, junto à costa de Calábria, de um barco proveniente da Turquia, cheio de migrantes que se afundou a 300 metros da costa, causando pelo menos 70 mortos, incluindo 16 crianças e um bebé.

“Manifesto o meu apreço e gratidão à população local e às instituições de solidariedade pelo acolhimento a estes irmãos e irmãs. E renovo a todos o meu apelo para que não se repitam tais tragédias”, afirmou.

Francisco referiu que estas viagens de esperança não se podem transformar em viagens de morte.

"Que se trave os traficantes de seres humanos, que não continuem a dispor da vida de tantos inocentes".
"Não consegui salvá-los". Pescador recorda momento em que encontrou vítimas do naufrágio em Itália
"Não consegui salvá-los". Pescador recorda momento em que encontrou vítimas do naufrágio em Itália

As autoridades italianas encontraram 70 corpos, desde o último domingo, os dois últimos de crianças, cuja idade se estima ser de 12 anos.

As vítimas mortais, numa viagem iniciada na Turquia, eram de várias nacionalidades, sobretudo afegãos, iranianos, paquistaneses e sírios.

80 migrantes conseguiram sobreviver e cerca de 40 pessoas estão ainda desaparecidas.

"Que as viagens da esperança nunca se transformem em viagens da morte. Qua as límpidas águas do Mediterrâneo nunca se manchem de sangue com estes dramáticos acidentes".

"Que o Senhor nos dê força para entender e chorar", concluiu o Papa, fazendo um momento de silêncio, acompanhado pela multidão na Praça de São Pedro.

A 3 de março, o Parlamento português aprovou por unanimidade um voto de pesar pelas vítimas do naufrágio em Itália, apelando a uma mobilização da comunidade internacional, “através da abertura de rotas legais de migração que permitam mais segurança”.

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